Saindo da cidade de Peso da Régua com destino a Lamego pela antiga Nacional 226-1 encontra a Quinta da Salada, uma propriedade com cerca de 8 hectares de vinhedos, em pleno coração da Região Demarcada do Douro.
Na posse da família há mais de 200 anos, foi recentemente alvo de intervenções de modernização, ao nível dos vinhedos e do seu edificado, por forma a adequar a propriedade para a receção de turistas e proporcionar-lhes uma experiência única rodeados de natureza e vinhedos.
À chegada à quinta somos recebidos pela proprietária Leonor Osório para uma conversa que tem como testemunhas uma piscina e a paisagem que se estende em vinhedos até ao Rio Douro.
“Esta quinta é da minha família há mais de 200 anos, sou uma apaixonada pelo Douro, sempre fui e foi assim que este projeto nasceu”, confessa-nos logo a iniciar a conversa para depois resumir o projeto em poucas palavras.
“Sempre tive o sonho de, depois de sair da industria farmacêutica onde trabalhei muitos anos, fazer algo aqui na quinta onde há 15 anos já tínhamos feito algumas obras na casa principal.
O projeto sempre passou por ter aqui um espaço mais reservado e intimista, daí também recusarmos muitos pedidos que temos de grupos para virem fazer visitas ou almoços, o objetivo é que os nossos clientes estejam aqui em paz.
Há pessoas que querem uma maior proximidade, outras preferem um maior recatamento, mediante isso também nós nos adaptamos. Já aconteceu estarmos com clientes a beber um Porto e a conversar até mais tarde no wine bar”.
O projeto está ainda numa fase inicial, arrancou no final de 2019 e este ano tem estado praticamente parado devido à pandemia, contudo, Leonor olha para o futuro com o brilho que o sol ilumina os vinhedos que circundam a casa.
“Não há muitas quintas no Douro que tenham a centralidade que nós temos (estamos muito próximos da Régua e de Lamego, e mesmo de Vila Real) e que consigam ter esta tranquilidade e este carácter intimista que nós damos a este projeto.
Grande parte dos turistas que nos procuram vêm à procura de uma experiência e isso consegue-se com alguma proximidade entre nós e eles, respeitando sempre a sua intimidade mas estando sempre disponíveis para uma conversa agradável. Vivemos aqui um ambiente familiar que as pessoas apreciam bastante”.
O período da pandemia foi difícil, reservas canceladas e contas fixas a serem pagas não foram fatores desmotivadores, tendo esta fase sido aproveitada para ultimar alguns pormenores para que tudo esteja a 100% assim que os hóspedes comecem a chegar.
“Na fase inicial foi um pouco complicado porque não sabíamos bem como agir, agora já temos uma noção melhor dos cuidados que devemos ter, o que nos permite trabalhar com maior tranquilidade.
As reservas que tínhamos da Booking foram todas canceladas mas durante este período fomos sempre recebendo algumas solicitações, não só de portugueses mas também de alguns estrangeiros residentes em Portugal que procuravam espaços assim mais isolados e tranquilos onde pudessem passar algum tempo, poucas mas a verdade é que existiram.
Em termos financeiros esta situação é muito complicada, não só pelo investimento que foi feito mas também pelos serviços que temos de manter como internet, luz, etc., e ainda o Lay-off em que acabamos por pagar uma parte dos solários às funcionárias”.
Para quem ficar hospedado nesta unidade, Leonor tem preparados uma série de serviços sempre com vista ao descanso e ao contacto com a natureza, tal como as refeições que são sempre baseadas na gastronomia tradicional da região.
“Em termos de serviços proporcionamos algumas visitas aos nossos clientes, provas de vinhos, picnics ( que podem fazer aqui na quinta ou para levarem no seu passeio). Depois temos também várias parcerias com empresas de animação turística que permitem aos nossos clientes usufruírem de atividades como canoagem, passeios de bicicleta, e outros.
Um serviço que ainda não está implementado mas que estamos já a finalizar, e que esse sim é diferenciado, é a possibilidade dos nossos clientes fazerem uma massagem no meio da vinha onde colocamos a marquesa e um guarda-sol, será uma experiência diferente que certamente agradará bastante os nossos clientes.
Uma atração diferenciada que temos também e que agrada muito em especial as crianças é um burro mirandês, e ainda uma ovelha.
Outro elemento diferenciador são os aromatizantes que usamos, são todos da ‘Rituals’. Nos quartos usamos um aroma mais relaxante, nas salas usamos um mais energizante, jogamos com esses aspetos. São pormenores que fazem a diferença.
Quanto às refeições, normalmente o almoço é à base de saladas e sandes, não fazemos uma refeição verdadeiramente dita.
O jantar funciona sempre com três sugestões que temos: o arroz de pato, um folhado de alheira ou o bacalhau com broa, o cliente escolhe o prato e comem todos o mesmo, não temos um funcionamento tipo restaurante, caso desejem podem pedir outros pratos típicos da região como o rancho, uma feijoada, por exemplo.
O pequeno almoço é estilo continental, mas à moda da quinta, onde servimos as nossas compotas, fruta, sumo natural, panquecas, bolo caseiro… um serviço mais diferenciado. Fazemos tudo com muito amor e dedicação”.
Nesta retoma pós-pandemia nada fica ao acaso e Leonor assegura que todos os cuidados são rigorosamente respeitados.
“Ao nível de medidas preventivas de higiene e segurança cumprimos todas as recomendações e fomos mesmo mais longe. Temos 4 aparelhos de ozono que usamos em todas as divisões sempre que terminamos a limpeza normal.
Para os funcionários temos as máscaras e as viseiras bem como luvas, quer para servir o pequeno almoço quer para as limpezas, serviço para o qual também temos batas que depois são lavadas e passadas a altas temperaturas na lavandaria”.