
Seis municípios e um objetivo em comum, a Serra do Marão. Amarante, Baião, Mesão Frio,
Peso da Régua, Vila Real e Santa Marta de Penaguião, assinaram, em janeiro, o Protocolo de Intenções do Marão, que visa criar uma marca à volta da serra e, consequentemente, o
desenvolvimento da economia local. O VivaDouro esteve à conversa com os municípios da região que é Património Mundial da Unesco.
A parceria que tem em comum o Marão nasceu pelas mãos do município de Santa Marta de
Penaguião, atual líder do projeto. “Entendemos que juntos temos mais probabilidades de ter
sucesso. O Marão é uma serra fantástica mas que só faz sentido se for desenvolvida na sua
globalidade”, defende Luís Machado, presidente da autarquia.
De acordo com o autarca, o principal objetivo deste protocolo é tornar a Serra do Marão um
destino turístico “marcante para Portugal, com uma oferta ao nível do turismo de natureza
diferente de tudo o que existe no país”, afirmou ao VivaDouro.
“Precisamos de um turismo mais moderno, ligado à natureza, com sustentabilidade e que seja inovador”, aferiu José Maria Magalhães, vereador da Câmara Municipal de Vila Real. Também José Manuel Gonçalves, vice-presidente da autarquia do Peso da Régua afirmou que é necessário “incrementar um turismo mais ativo, através da realização de caminhadas, trilhos que possibilitem a prática de desporto como, por exemplo, o BTT, e, essencialmente, também desportos de aventura, dado o enorme potencial da serra”.
O autarca reguense acredita que o essencial é “potencializar os nossos recursos, formando-se um polo de desenvolvimento económico e de emprego porque, hoje em dia, os territórios de baixa densidade têm que olhar para estas oportunidades onde se possa criar emprego e fixar a população”, declarou. A castanha, o mel, a resina e a pastorícia são alguns dos produtos endógenos existentes na Serra do Marão. Segundo Luís Machado, “estes rendimentos não estão a ser explorados e a futura certificação dos produtos criará uma mais-valia para os produtos e, consequentemente, para a região”, revelou, salientando que “a serra tem mais potencial se toda ela for explorada de uma forma ordenada e como um projeto global”.

Alberto pereira, presidente do município de Mesão Frio, contou que nos últimos anos têm
existido alguns projetos e atividades multimunicipais que vão de encontro ao Marão. Para o
edil, a reflorestação e o aproveitamento turístico são o caminho a seguir para que a serra
possa ter uma maior visibilidade, “um dos nossos objetivos é que cada um dos concelhos
envolvidos tenha uma empresa que se dedique, juntamente com as casas de turismo da região, a fazer visitas guiadas ao Marão”, afirmou, acrescentando a importância da criação de novas empresas na região.
O projeto para a Serra do Marão, que será candidato a fundos comunitários, permite que haja“uma coesão territorial virada para a promoção da região e tentando colmatar um dos seus principais problemas que é o número de habitantes”, explicou José Maria Magalhães, vereador de Vila Real.
O segundo domingo de julho, dia da Senhora da Serra do Marão, será instituído como o “Dia
do Marão”, o que na perspetiva de Alberto Pereira trará uma “visibilidade nacional e quem
sabe internacional, pois muitas pessoas vêm visitar a serra nesse dia e fazer o seu culto
religioso”. Para Luís Machado, impulsionador do projeto, “é um dia marcante, que nos permite promover a serra. É um dia que faz a diferença para quem gosta do Marão”.
José Manuel Gonçalves acredita que “este dia terá menos ou mais importância dependendo da forma como vamos potenciar o Marão nos restantes dias do ano”. O vice-presidente do
município do Peso da Régua acrescentou que “os municípios têm que dar o arranque para que a zona se potencialize, mas a partir daí também temos que reservar espaço para a iniciativa privada”, frisando o interesse e a oportunidade de negócio da Serra do Marão.
“Hoje em dia nenhum município pode olhar para o seu território como um território isolado,
isso já não existe, temos que olhar para os territórios próximos a nós e potenciarmos aquilo
que sozinhos não conseguimos”, afirmou o autarca, salientando a importância da parceria
entre os seis municípios.
Alberto Pereira revelou ter “expectativas altas” em relação ao projeto e mostrou-se “otimista”
com os benefícios que a assinatura deste protocolo trará para a Serra do Marão e para todos
os municípios envolvidos. “Vamos tentar devolver ao Marão a importância que ele tem”, frisou o autarca de Mesão Frio.
“Sozinhos não teríamos capacidade de ter um projeto com esta oferta e nem com tanta
diversidade”, sublinhou Luís Machado, concluindo que “a vitória só é possível se lutarmos
todos pelo mesmo”.