As obras do Hospital D. Luíz I, na cidade de Peso da Régua, arrancaram esta semana. Uma obra orçada em mais de 3 milhões de euros que irá capacitar o edifício das condições necessárias para receber novos serviços e valências.
O anúncio do arranque da empreitada foi feito pelo atual autarca e candidato pelo PSD às próximas eleições autárquicas, José Manuel Gonçalves, com um texto na rede social Facebook que intitulou “Chegou ao fim”.
Encerrado em março de 2016, ainda durante o mandato de Nuno Gonçalves, devido a um surto de Legionella, a unidade não mais voltou a reabrir apesar das garantias deixadas, na altura, pelas estruturas local e distrital do Partido Socialista, após “uma série de contactos”.
“É entendimento do Governo do Partido Socialista que o Hospital D. Luiz I na Régua não fechará, não será devolvido à Santa Casa da Misericórdia e que, para além do restabelecimento das normais condições de funcionamento, irão ser realizadas obras de reabilitação e equacionada a abertura de novas valências”, podia ler-se então no comunicado.
No decorrer da sua campanha para as autárquicas em 2017, José Manuel Gonçalves assumiu o compromisso de reabrir aquela unidade, num processo que foi sofrendo avanços e recuos mas que para o autarca era “mais do que uma promessa eleitoral”, como assumiu em declarações ao nosso jornal, ainda durante o ano de 2018.
“Mais do que uma promessa, o hospital é para nós um compromisso porque o consideramos fundamental para a qualidade de vida dos reguenses e dos muitos que, nesta região, têm esta unidade como referência”.
Já em fevereiro deste ano, falando novamente à nossa reportagem, o autarca reguense anunciou um consórcio entre o município, Santa Casa da Misericórdia local e o ACES Marão e Douro Norte, que permitiria a reabertura da unidade com diversas valências, entre elas um serviço de urgência aberto 24 horas.
“Chegamos a um consenso com a Santa Casa e o ACES para criarmos um modelo que no nosso entender é o que mais defende e mais condições vai proporcionar à comunidade reguense e também dos nossos concelhos vizinhos, um modelo assente essencialmente na gestão pública tendo ali uma parte do setor social”.
Na mesma reportagem, também o enfermeiro Gabriel Martins, Diretor Executivo do ACES Marão e Douro Norte, sublinhou a importância do entendimento com vista a uma melhor prestação de cuidados de saúde aos reguenses.
“Para nós este projeto foi uma janela de oportunidade de podermos oferecer aos utentes um serviço melhor, em condições melhores, com instalações renovadas e gabinetes médicos com todas as condições. Do ponto de vista dos serviços médicos aos nossos utentes vimos aqui uma oportunidade de melhoria significativa.
Outra vantagem deste projeto é a mais valia de podermos ter em funcionamento o serviço de atendimento urgente ao longe do 24 horas, indo de encontro às necessidade da população, dando oportunidade a que utentes de vários concelhos, como Mesão Frio e Santa Marta de Penaguião, tenham onde se deslocar sem terem que ir a Vila Real, por exemplo.
Tudo isto somado acho que está demonstrado que o ACES Marão e Douro Norte tinha todo o interesse em se juntar a este projeto da autarquia”.
Com o arranque das obras termina assim um processo que o autarca no seu texto classifica de “longo e penoso”.
No longo texto, José Manuel Gonçalves, explica todo o processo e apresenta todos os serviços que estarão integrados na renovada unidade.
“Apesar de termos financiamento garantido desde 2017, o processo de articulação com todas as entidades, a definição das valências e o seu financiamento, o modelo funcional, a elaboração do projeto e a sua aprovação pelas entidades competentes, o concurso público e todo o processo administrativo, a submissão a “visto” do Tribunal de Contas, correspondem a um processo longo, que está agora em execução prática, em cumprimento escrupuloso do compromisso assumido com os Reguenses: A REABILITAÇÃO DO HOSPITAL D. LUIZ I.
Este processo contou com a intervenção de 24 entidades públicas e privadas, que deram o seu contributo para o projeto final. Nem sempre, o dinheiro é a parte mais difícil e este processo é um exemplo claro disso mesmo.
Para memória futura, recordo que no momento do encerramento do Hospital, aquando do célebre caso de legionella, a única valência que existia era a de convalescença/internamento, com 11 camas.
Quando a reabilitação do Hospital D. Luiz I estiver concluída, teremos assegurados os seguintes serviços:
– Serviço de Atendimento Complementar 24 h – atendimento urgente, assumindo o Município o pagamento do período noturno;
– 30 camas de convalescença;
– Meios complementares diagnósticos (raio X e análises clínicas), que estarão interligados com o Centro Hospitalar, para disponibilização dos resultados;
– 1 posto avançado de colheitas instalado pelo Centro Hospitalar;
– 2 Unidades de Saúde Familiar;
– 1 Unidade de Cuidados à Comunidade;
– Programa de Gestão do Doente Crónico Complexo”.
Na publicação o autarca agradece ainda a todas as entidades e profissionais envolvidos em todo o processo, terminando com um desabafo, “por minha vontade, a obra não estaria a começar, mas sim a terminar, porque passou demasiado tempo sobre o início deste processo e os direitos dos Reguenses não podem ser comprometido”.
De acordo com as informação apuradas, as obras terão agora uma duração de 24 meses, devendo estar prontas no segundo semestre de 2023.