
O município de Sernancelhe realizou nos dias 3, 4 e 5 de junho a VIII Feira Aquiliniana. Evento que reuniu a Lapa e Aquilino, duas marcas do concelho, que proporcionaram uma autêntica viagem ao passado ao cerca de sete mil visitantes que passaram pelo Santuário nesse fim-de-semana.
Milhares de pessoas rumaram até à Lapa, em Sernancelhe, com o objetivo de participar na feira que reuniu a romaria de fé, a literatura, a cultura, a festa, a animação e o comércio tradicional.
O Santuário da Lapa foi assim palco da VIII edição da Feira Aquiliniana, revestindo-se da “importância que tem a nível turístico, religioso e também gastronómico”, tal como explica Armando Mateus, vereador da Câmara Municipal de Sernancelhe.
Com mais de cinco séculos de história, foi com um “novo visual” que a Lapa recebeu a Feira, uma vez que a autarquia procedeu, em conjunto com a Junta de Freguesia da Lapa, à requalificação daquele espaço.
Foi requalificado o espaço frontal do santuário, uniformizada a imagem dos estabelecimentos comerciais com a implementação da marca Aldeia de Portugal e construídas barracas de vendas amovíveis.
Com os ranchos folclóricos e as concertinas como pano de fundo, eternizando a memória de Aquilino Ribeiro, o escritor que estudou naquele local, foi recriada uma autêntica viagem no tempo, proporcionado assim a junção entre o sentido religioso e a questão profana do comércio.
A recriação cénica dos costumes da época ficou a cargo da Esproser, Escola Profissional de Sernancelhe, que recriou os ofícios, os pregões anunciados e a gastronomia da época, com a realização de uma “tenda Aquiliniana”, envolvendo mais de 70 alunos.
“A Esproser, à semelhança de todas as outras atividades, associa-se a tudo que possa enriquecer em termos de figurantes, retratar a época, nesse contexto temos os alunos da área da restauração a recriar uma tenda Aquiliniana”, explicou Ana Chaves, diretora da escola profissional.
“A escola tenta participar nas atividades inseridas na própria região, porque sendo um curso na área da hotelaria é importante estarem com pessoas, aprenderem e visualizarem”, comenta Carlos Pires, professor do curso de Restauração e Hotelaria na instituição.
A feira, que pretendeu ser uma recriação histórica da Lapa de finais do século XIX, início do século XX, contou ainda com representações cénicas dos hábitos e costumes da época por grupos etnográficos e de teatro, animação de rua, atuação de ranchos folclóricos, grupos de concertinas e uma mostra permanente de artesanato e produtos regionais.
“Reunimos aqui os ícones do nosso concelho e por isso mesmo a Feira Aquiliniana tem o seu expoente de importância, uma vez que a Lapa é cada vez mais a porta de entrada dos turistas no concelho”, referiu Armando Mateus ao revelar que o turismo religioso “terá que ser uma aposta” do executivo.
“Com um espaço com um potencial como este não podíamos deixar obviamente de trabalhar o turismo religioso, já é uma tradição, não classificávamos estas pessoas como turistas mas cada vez mais estes romeiros se transformam em turistas”, acrescentou o vereador da autarquia.