
“Buffet de Época” foi uma iniciativa da Escola de Hotelaria de Lamego e dos alunos do curso de Gestão e Produção de Cozinha que prepararam a atividade ao longo de um semestre. A refeição foi aberta ao público e na sua preparação estiveram envolvidos cerca de 43 alunos.
Foi como professora de francês que Sílvia Fonseca participou na preparação da iniciativa “Buffet de Época”. Segundo a docente, o diretor da Escola de Hotelaria de Lamego, Paulo Vaz, lançou o desafio de criarem novos eventos e novas formas de avaliar os alunos. Foi nessa perspetiva que a professora sugeriu fazer um menu de época, “pensámos um pouco na época a escolher, pois tinha que se adaptar aos produtos com que os alunos costumam trabalhar e que se adaptasse também a uma época especificamente francesa”, revelou Sílvia Fonseca.
“Quando lhes comunicamos sobre esta atividade, a primeira reação dos alunos foi de receio, porque a avaliação foi realizada a mais que uma disciplina (francês, técnicas de organização de eventos e cozinha), mas com a nossa ajuda conseguiram perceber e concretizar todos os objetivos da atividade”, revelou a docente.
Paulo Vaz salientou a importância deste tipo de atividades pois “permite aos alunos vivenciar um conjunto de atividades e momentos de formação completamente diferentes dos tradicionais”, acrescentando que “esta variabilidade e diferenciação ajuda-os a abrir os horizontes e dá-lhes um conjunto de experiências alargadas para crescerem enquanto profissionais e pessoas”.
“Escolhemos a época de Luís XIV, época da caça, uma outra época em que tudo era diferente e pensámos no menu e nos tipos de decoração que podíamos fazer”, contou Sílvia Fonseca. Na preparação dos alunos para esta iniciativa, a professora lecionou a história da cozinha e a evolução da alimentação desde a pré-história, “para eles terem noção que tudo tem um encadeamento até chegar aquela época específica, a forma como as refeições eram servidas, como eram apresentadas às pessoas, a disposição das salas e as decorações, tudo isto é importante”, referiu, acrescentando que “a matéria e as aulas que lhes dava teoricamente eles tentavam, posteriormente, passar para a parte prática”.

Todo este processo “dá-lhes a experiência e o traquejo de trabalhar com produtos diferentes, conceitos e visões diferentes daquelas a que estão habituados e isso obriga-os a intervir diretamente no seu processo de formação”, reforçou o diretor da escola.
A criação dos menus foi baseado exclusivamente na época do rei do sol, com a representatividade da caça, as peças de carne e de peixe servidas inteiras, a decoração virada para o dourado, para o sol, “exagerada tal como na época, sendo que na altura não havia buffet, era um banquete, fizemos um buffet por momentos, primeiro as entradas, depois o peixe, a carne e por fim a sobremesa”, explicou Sílvia Fonseca.
Para a professora o balanço da atividade “foi extraordinário, tão positivo que estamos a pensar criar outro evento, mas ainda estamos a pensar no que queremos fazer, queremos algo original para que trabalhem e fiquem interessados”, revelou, salientando que “os envolvidos na iniciativa evoluem muito mais como alunos, pessoas e cozinheiros”.
“Este projeto foi importante para desafiá-los, prepará-los para tudo, pois os alunos têm que desafiar-se a si mesmos, pensar em coisas novas, adaptar o que aprendem aqui” contou a Sílvia Fonseca, frisando que “é preciso que ganhem conhecimentos para posteriormente os conseguirem aplicar em novos desafios, sem receios”.
“Aprendem a viver com a diferença, a trabalhar de forma diferenciada, terem um papel ativo e interventivo na resolução dos seus eventuais problemas, o que é muito importante porque contraria um bocadinho a atitude normal destas gerações, mais novas”, sublinhou Paulo Vaz.
Um dos próximos projetos para os alunos é a tradução de menus de restaurantes da zona para francês, espanhol e inglês, “mas queremos sempre projetos novos e diversos”, confessou a docente.
O “Buffet de Época” esteve aberto ao público e cerca de 20 pessoas foram almoçar à Escola de Hotelaria de Lamego, o que “para nós é uma vitória”, sublinhou Sílvia Fonseca. “Considero que a originalidade e termos os alunos totalmente empenhados nesta e em todas as atividades, distingue-nos dos outros”, concluiu a professora de francês.