Torre de Moncorvo recebeu 1ª edição do Campeonato do Mundo de Pesca em Caiaque

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Torre de Moncorvo recebeu 1ª edição do Campeonato do Mundo de Pesca em Caiaque

Entre 7 e 13 de novembro os Lagos do Sabor, em Torre de Moncorvo, receberam a 1ª edição do Campeonato do Mundo de Pesca em Caiaque, uma prova que juntou seis países e 24 embarcações.

No dia 7 de novembro teve lugar a receção e credenciação das equipas, com os primeiros treinos a serem marcados para o dia seguinte, data em que também aconteceu a cerimónia de abertura, com início junto do Cineteatro e terminando com a receção das equipas nos Paços dos Concelho da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo.

O dia 9 de novembro foi também dedicado aos treinos para as provas que se realizaram nos dias 10, 11 e 12 de novembro, das 08h00 às 16h00. A cerimónia de entrega dos prémios teve lugar no dia 12 de novembro, pelas 20h00.

Carlos Batista, presidente da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, explicou à nossa reportagem que a ideia para a realização deste campeonato surgiu “no ano passado, no decorrer do Congresso anual da Confederação de Pesca Desportiva”, numa conversa “entre os representantes de Portugal, Estados Unidos, África do Sul, Espanha e México”, tendo o responsável federativo demonstrado logo vontade em organizar a prova em Torre de Moncorvo.

“Logo nessa primeira conversa demonstrei a vontade de sermos nós a realizar a prova até porque me recordei logo da conversa que tinha tido recentemente com a autarquia de Torre de Moncorvo para a realização, em 2023, do Campeonato do Mundo da Pesca ao Achigã em embarcação.

Surgindo este campeonato era desde logo uma oportunidade de ter Torre de Moncorvo em competição, para que se pudesse sentir a primeira pulsação do que será ter delegações de diferentes países em competição, e assim poder já ensaiar o que irá ser o campeonato do próximo ano”.

De acordo com o mesmo, “Torre de Moncorvo está de parabéns com a realização da prova”, tendo os participantes deixado a garantia “de regressarem a este território, quer para outras competições, quer em visita com as famílias”.

Para Carlos Batista, a pesca desportiva pode ter um papel importante na economia local destes territórios, em especial em épocas do ano de menor movimento turístico, com a realização de inúmeras provas, todas elas com largas dezenas de participantes.

“Estou na Federação Portuguesa de Pesca Desportiva desde 1982, ocupando diversos cargos na estrutura federativa. Este é já o meu terceiro mandato como presidente, o primeiro iniciou-se em 2006 por ocasião dos Jogos Mundiais, que são os Jogos Olímpicos da pesca e, já nessa altura, tinha vontade em avançar com as competições de pesca desportiva no interior, por diversas razões.

Torre de Moncorvo recebeu 1ª edição do Campeonato do Mundo de Pesca em CaiaqueDesde logo porque o litoral está cheio de oportunidades, no interior as coisas não são assim, infelizmente, por isso achamos que teríamos muito a ganhar avançando para estes territórios, porque há rios, albufeira e lagos da melhor qualidade que estão ali, à nossa disposição e sem serem ainda utilizados em grande escala. Certamente que estas provas iriam gerar nos mais novos, e também nos mais velhos, a vontade de enveredar pela pesca desportiva, atraindo também mais filiados para a nossa federação.

Ao mesmo tempo, levar a pesca desportiva para o interior do país, é uma forma de fomentar a economia local, pelo alojamento, alimentação, e tantos outros negócios que beneficiam com as dezenas de participantes que estas competições atraem.

Não foi preciso muito tempo para que as próprias autarquias nos contactassem com o objetivo de realizarmos provas nos seus municípios. Entre janeiro e julho é um período de menor movimento turístico, e é nesta época que se realizam um grande número de provas de pesca desportiva. São mais de 20 categorias que temos, são muitas provas que levam movimento a estes territórios durante os períodos de maior acalmia. A pesca desportiva é, sem dúvida, a única modalidade no país que consegue fazer isto”.

Para Nuno Gonçalves, presidente do município de Torre de Moncorvo, este foi também um evento de grande sucesso.

“Para Torre de Moncorvo é importante a realização deste evento porque luta pela afirmação do concelho no palco, não só nacional, mas também internacional, da pesca desportiva.

Foram cerca de 30 atletas a disputar a competição que no fundo é um prelúdio para o que será a prova rainha no próximo ano, que é a realização do Campeonato do Mundo de Pesca ao Achigã, organizada pela Federação Portuguesa de Pesca Desportiva.

De acordo com os dados da organização, a prova deste ano tem um retorno financeiro para o concelho de 1 milhão de euros. Torre de Moncorvo quer afirmar-se como um palco de excelência de pesca desportiva, recebendo estas provas e reforçando as parcerias com as federações do setor”.

Para o autarca, esta é a prova que não é a dimensão ou a densidade populacional de um concelho que determinam o sucesso ou não da realização de provas deste género.

“Os concelhos mais pequenos a quem tristemente chamaram de baixa densidade, podem fazer e estar presentes em organizações e eventos de alta qualidade e alta densidade”.