
O Hospital D. Luís I, no Peso da Régua, foi hoje encerrado devido a presença da bactéria Legionella na rede de água. A presença da bactéria foi confirmada pela Direção Geral de Saúde (DGS).
O diretor-geral da Saúde, Francisco George, afirmou nesta quinta-feira à agência Lusa, que os doze doentes internados no Hospital da Régua e todos os funcionários vão ser transferidos para outro hospital do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) cujas unidades estão situadas em Chaves, Lamego e Vila Real.
“O sistema de vigilância da qualidade da água identificou a presença da bateria Legionella e, uma vez identificada, foram tomadas as medidas, sublinho, em termos de boas práticas, que devem sempre ser tomadas: reduzir o risco dos doentes aí presentes, e do pessoal, em contrair a infeção”, revelou Francisco George, acrescentando que “não há qualquer doente infetado e esta é uma medida de precaução”.
Alfredo Gomes, dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), confessou que apenas ontem os enfermeiros do hospital foram avisados que iriam ser transferidos para o hospital de Chaves. O enfermeiro frisou que “em princípio não há infetados, até agora ninguém tem sintomatologia, mas não foi feito rastreio a ninguém”, revelou, sublinhando, “as pessoas têm, por uma questão preventiva, que fazer os rastreios”.
Alfredo Gomes frisou que a medida de encerramento do hospital foi correta, pois “se há presença da bactéria tem que se tratar”. O dirigente do SEP, lamentou apenas “a falta de informação para com os profissionais” e a incerteza em relação ao que se irá desenrolar com todo este processo.
Nuno Gonçalves, presidente da autarquia, mostrou-se “muito preocupado” com toda a situação, “a informação que temos também é pouca, mas o que nos informaram é que seria um surto de Legionella e que teriam de encerrar o hospital hoje, transferindo os doentes e o pessoal”, afirmou o edil.
Maria Beatriz Monteiro, antiga auxiliar do hospital do Peso da Régua, tem atualmente a filha e o genro, ambos enfermeiros, a trabalhar na unidade de saúde reguense. Maria Beatriz Monteiro lamenta que apenas ontem, ao final da tarde, tenham avisado os funcionários que o hospital iria ser encerrado e que iriam ser transferidos, “devia existir um pouco de humanidade por aqueles que trabalham e pelos doentes”, revelou ao VivaDouro.
“Logo depois da transferência dos doentes e funcionários vão iniciar-se as operações de desinfeção da rede predial daquele estabelecimento, que se faz através de um choque de cloro ou de um choque térmico”, concluiu Francisco George.