
A RefCast, Associação Nacional de Castanha e cerca de 30 municípios assinaram, no passado dia 4 de dezembro, em Lamego, o protocolo de colaboração “Biovespa” que visa unir esforços no combate à vespa do castanheiro através da luta biológica. A Associação estima que sejam necessários cerca de 60 mil euros para a realização das 200 largadas previstas para abril de 2016.
O primeiro foco de infestação desta praga, que prejudica a produção de castanha, foi detetado no final do mês de abril na região transmontana, um ano depois de ter sido sinalizada pela primeira vez em Portugal, na região do Minho.
Após a deteção da praga foi criada uma comissão de acompanhamento a nível nacional, que junta vários organismos, nomeadamente a Direção Geral Alimentação e Veterinária, o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I.P., a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P., a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro 8UTAD), o Instituto Politécnico de Bragança e a RefCast.
Em maio deste ano foi ainda acionado um plano de emergência com a colaboração dos associados da RefCast, a DRAPN e a DRAPC, bem como com os municípios. Foram também realizadas várias reuniões concelhias envolvendo os presidentes das Juntas de freguesia, com o objetivo de sensibilizar e fazer a prospeção de galhas nas freguesias.
Desta forma surgiu o programa “BioVespa”, envolvendo os municípios na luta biológica contra a vespa das galhas do castanheiro. No que se refere à adesão dos municípios José Gomes Laranjo, presidente da RefCast e investigador da UTAD, considera que a “adesão foi boa, estamos muito satisfeitos”, afirmou ao VivaDouro.
“Se estivermos todos juntos e articulados ainda parecemos maiores”, acrescentou o presidente da Associação Nacional de Castanha.
Francisco Lopes, presidente da Câmara Municipal de Lamego, cidade onde se assinou o protocolo, revela que se encontram empenhados nesta parceria porque já foi detetado “o foco da vespa das galhas e achamos que só a cooperação é que resolve o problema, porque eliminar o foco num município e ele manter-se nos municípios vizinhos irá continuar a condicionar o combate a esta praga”, declarou ao VivaDouro.
De acordo com José Gomes Laranjo, “90% da produção está em risco se nada for feito”, referiu, ao dar o exemplo de Itália “onde a vespa saiu fora de controlo e a produção caiu cerca de 80%”.
O início da luta biológica encontra-se planeado para a primavera de 2016, altura em que se estima que sejam feitas cerca de 200 “largadas”. O presidente da RefCast informa que serão necessários cerca de 60 mil euros para a “aquisição de parasitas se todas as largadas previstas forem feitas”, declarou.
A luta biológica consiste na largada de parasitoides, insetos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa.
Uma vez que as encomendas têm de ser feitas agora em dezembro, é preciso, segundo José Gomes Laranjo, assegurar o pacote financeiro necessário, “é por isso que estamos aqui neste momento a assinar este protocolo para percebermos quais são os municípios que estão com esta causa”, referiu.