FRD reage às críticas sobre benefício

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Em comunicado a Federação Renovação Douro – Casa do Douro, reagiu às críticas que tem sido alvo após a apresentação do benefício para a vindima 2020, falando numa negociação complexa e difícil que permitiu manter os números próximos daqueles apresentados em 2019.

Leia aqui o comunicado completo:

“A César o que é de César!”

No passado dia 23 de julho, o Conselho Interprofissional do IVDP reuniu-se no Museu do Douro com vista à definição do Comunicado de Vindima para 2020, que fixou o mosto de Vinho do Porto a beneficiar em 92 mil pipas e definiu, excecionalmente, uma reserva qualitativa de 10 mil pipas, somando um total de 102 mil pipas, que supera as expectativas e é extremamente importante para este tempo de crise.

Foi um processo difícil, mas em que tivemos a capacidade de unir a Produção e o Comércio e alcançar o sucesso.

No início deste período, a representação da Produção teve à prova a sua capacidade de antecipação, iniciando um grande combate no alerta e persuasão de todos os responsáveis políticos e da própria Região de que estes eram tempos de forte crise.

Já em abril escrevíamos à Sra. Ministra da Agricultura a reivindicar a devolução à Região dos saldos do IVDP, a destilação de crise com valores ajustados a uma região de viticultura de montanha, a ajuda à armazenagem e à reserva qualitativa.

As expectativas da RDD acerca deste comunicado, o mais difícil e importante das últimas décadas, foram-se reformulando e crescendo conforme as ideias e propostas da Casa do Douro/FRD se afirmavam como soluções corretas.

Ao longo de um processo duro, cheio de entraves, muitos foram os que, na sua cacofonia, primeiro negaram e minimizaram a crise, depois calaram-se com medo de afrontar o Governo, e, por fim, quiseram apropriar-se das propostas que nunca antes tiveram sabedoria e coragem de defender.

Foi uma oposição agreste, diminuidora dos interesses da Região e que só introduziu confusão nos decisores políticos, ao qual não é alheio o processo eleitoral agora suspenso e em que a ânsia de protagonismo ultrapassou a decência, como demonstram as declarações da Sr.ª Ministra da Agricultura na audição de 14 de julho na Assembleia da República, que se viu obrigada a negar a existência de qualquer reunião com qualquer candidato à Casa do Douro, desviando-se de quem se tenta guindar à custa de influências partidárias.

Lembramos que só idealmente e sem as normais regras de mercado se conseguiriam minimizar as quebras provenientes da pandemia, assim como as estruturais do setor, estabilizando o quantitativo de benefício de 2020 em linha com o de 2019, sem que o preço pago por pipa estivesse pressionado em baixa.

Mas as propostas aprovadas e em implementação não se restringiram ao benefício. A destilação de crise a valores compatíveis com os custos de produção da região, o apoio ao armazenamento e a aposta forte e direcionada à promoção dos nossos vinhos serão componentes dinamizadores da procura por uvas DOC, contribuindo positivamente para o rendimento global dos viticultores durienses. Não esquecemos a acusação de sermos os “profetas da desgraça” e de lançarmos uma “cortina de fumo” aquando da apresentação das medidas de amenização do impacto da COVID-19, que agora todos defendem e até já consideram escassas.

No entanto e avisadamente, consideramos que esta crise não se vai circunscrever ao ano de 2020 e o próximo ano será tão ou mais desafiante, pelo que urge a implementação das medidas já aprovadas e a prontidão necessária para a idealização de outras que permitam ultrapassar a crise com confiança e longe dos números catastróficos de outros setores de atividade.

Uma vez mais, a Casa do Douro/FRD deu provas de que acompanha e monitoriza a RDD e o seu desempenho nos mais variados índices, tendo como base a análise dos dados estatísticos oficiais, mas também o testemunho dos seus associados, assim como a experiência e a preparação técnica e científica dos conselheiros da produção no IVDP, pugnando pela sustentabilidade do setor vitivinícola duriense.

Quaisquer outras críticas constituem desinformação por carecerem de elementos fidedignos e de suporte técnico e financeiro, resumindo-se a formulações de desejos ou recolha de louros alheios sobre vitórias já conseguidas por esta Casa do Douro”.