
Foi apresentada no dia 3 de março, na Biblioteca Municipal de Alijó, a Universidade Sénior, cujos principais objetivos são o combate à solidão e a promoção de um “envelhecimento ativo”. As aulas terão início no mês de abril. As inscrições estão abertas até ao dia 31 deste mês.
A apresentação da Universidade Sénior de Alijó contou com a presença do presidente da Câmara Municipal, Carlos Magalhães, da vereadora do pelouro da Educação, Cristina Felgueiras e um dos responsáveis pela Universidade Sénior de Vila Real, Carlos Coelho Pires, bem como dos professores que vão lecionar as diferentes disciplinas e dos futuros alunos que procuravam informações sobre o projeto.
“O mais importante é o convívio entre as pessoas. É uma geração que tem um saber muito grande para oferecer aos outros”, afirmou Carlos Magalhães. O presidente da autarquia salientou ainda a importância dos idosos na sociedade atual, “tiveram um ensino muito mais exigente, criaram uma maior capacidade de memorização e têm uma grande sabedoria”, acrescentando que aliando a capacidade de memória à forma como os assuntos são explicados hoje em dia, “esta iniciativa criará um novo capítulo de aprendizagem nas vidas de todos os elementos”.
De acordo com Cristina Felgueiras, vereadora do pelouro da Educação, este projeto “faz muita falta ao concelho, porque somos uma população maioritariamente idosa, como em quase todos os concelhos do interior do país, e era necessário combater a solidão”, contou a autarca ao VivaDouro, revelando que é “uma porta aberta para o encontro e para que possam saber mais um pouco de forma diferente”.
Carlos Coelho Pires, dirigente da Universidade Sénior de Vila Real, voluntariou-se de imediato para ajudar a dirigir a universidade alijoense e será também professor de Ciências da Natureza. “Não vou ensinar nada a ninguém, mas sim transmitir experiências, promover um envelhecimento saudável através do envelhecimento ativo”, foram as primeiras palavras do professor que salientou a necessidade da promoção da formação contínua. “Quando deixamos de ter a nossa atividade profissional precisamos ocupar o tempo de alguma forma. Temos a obrigação de evitar que as pessoas se isolem, temos que combater esse problema”, frisou.
Até dia 30 de junho existirá uma fase experimental do projeto em que se irá averiguar “o interesse por parte dos alunos e das disciplinas e a forma como se adaptam”, revelou Cristina Felgueiras. As aulas na Universidade Sénior terão início no dia 4 de abril e são admitidos alunos com mais de 55 anos e, na fase experimental, a entrada será gratuita a todos. No próximo ano letivo existirá uma mensalidade de 10 euros por mês para cada aluno. Para além das aulas, haverá uma visita de estudo mensal, o que permitirá “abrir outros horizontes, para que possam ver e viver a história”, sublinhou a vereadora.
Inglês, Informática, Artes Visuais, Arqueologia, Expressão Dramática, Ciências da Natureza, Língua, Literatura e Cultura serão algumas das disciplinas lecionadas, sendo que nenhuma delas terá inscrição obrigatória.
Mariana Gomes, 67 anos e natural de Alijó, é uma das interessadas nas aulas de Informática da Universidade Sénior. Segundo a alijoense, a universidade é uma forma de “manter as pessoas mais ativas, sobretudo para combater a solidão nestas regiões que tem sido uma situação muito difícil”. “É sempre bom aprender e conhecer novas pessoas, penso que é uma boa aposta por parte da Câmara Municipal”, afirmou Mariana Gomes.
Segundo Carlos Coelho Pires, futuro professor na universidade, os principais objetivos da do projeto são “a troca de experiências, o combate ao isolamento dos mais idosos e continuarem intelectualmente ativos”. Para Carlos Magalhães, o novo projeto do concelho servirá para que “gerações se possam intrusar, complementar e enriquecer”.
José Ribeiro, aluno e professor na Universidade Sénior de Vila Real irá lecionar Ciências da Natureza juntamente com Carlos Coelho Pires. O professor mostrou um grande entusiamo por participar neste novo projeto e frisou a importância de como nos envolvemos com a região. “É necessário conhecer melhor as técnicas que aqui existem, temos à nossa volta muita coisa bonita para ver e aprender”, sublinhou José Ribeiro.
Para Carlos Magalhães, presidente da autarquia, “empreendedorismo, afetos e solidariedade” são as palavras-chave deste projeto, concluindo que “temos a obrigação de dar aos mais velhos aquilo que já recebemos”.