Em conferência de imprensa a ADVID, Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense, afirmou hoje que a produção será entre as 198 mil e as 224 mil pipas, refletindo assim um ano difícil na viticultura duriense.
Rosa Amador, diretora-geral da associação, afirmou que as previsões para este ano apontam para uma colheita “bastante abaixo do ano passado”, em que a produção declarada foi “acima da média” atingindo as 278 mil pipas.
De acordo com a mesma responsável, a expectativa de colheita para a vindima de 2020 vai das 198 mil às 224 mil pipas de vinho, um valor abaixo também da média dos últimos seis anos, que ronda as 235 mil pipas.
Para a diretora-geral este é um ano não muito fácil” porque “vai haver menos produção e há maiores custos de produção devido à necessidade de intervir mais a nível fitossanitário”. Depois de logo no início do ciclo se ter verificado que os “cachos que apareceram foram substancialmente menos”, houve também registo de alguns ataques de míldio.
A instabilidade meteorológica que se verificou no Douro, entre abril e maio, com dias de chuva e frio intercalados com calor, obrigou a uma atenção redobrada com as videiras e à realização de vários tratamentos fitossanitários para travar a propagação de doenças.
Já em junho e nos primeiros dias de julho verificaram-se ainda algumas situações de escaldão, principalmente na zona do Baixo Corgo, devido às temperaturas altas que se fizeram sentir.
As previsões de vindima são um dos parâmetros avaliados pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) para definir o benefício, que deverá ser fixado ainda este mês estando a reunião do CI marcada para o próximo dia 23.
O benefício é uma importante fonte de receita para os produtores do Douro que, este ano, revelam grandes preocupações com uma diminuição da quantidade de vinho do Porto a produzir devido à crise criada pela pandemia de covid-19.