
O dia 14 de dezembro tem sido, e continuará a ser, um momento de celebração no Alto Douro Vinhateiro por se assinalar o dia em que a UNESCO atribuiu o selo Património Mundial ao nosso território. Este ano atingimos o patamar dos 15 anos, muito perto da maioridade desta distinção.
Para avaliarmos o que o Douro ganhou desde que detém a chancela da UNESCO, temos de ser rigorosos para concluir que vamos no bom caminho sobretudo no que respeita à abertura da região ao mundo. Desde 2001 que a internacionalização do Douro tem sido uma aposta clara e o retorno já está à vista. As quintas abriram as suas portas a visitantes que procuram novas histórias, novos sabores, novos vinhos que vão dando corpo a novas fórmulas e ofertas turísticas.
O Douro aproximou-se do mundo também ao nível dos acessos e o Plano Rodoviário está já cumprido. Ao Douro pode chegar-se de carro, barco, comboio ou avião. Que outras regiões de baixa densidade têm um acesso tão diversificado como esta?
Por outro lado, o Douro Património da Humanidade é, ainda, um espaço desfavorecido que apresenta indicadores económicos e sociais que o colocam na cauda dos espaços regionais.
Em todo o caso, percebem-se ventos de mudança. No palco da região há novos atores, públicos e privados que terão de se articular e concentrar numa estratégia comum. É tempo de contrariar a dispersão de vontades, de meios, de recursos que são campo fácil para o desperdício e o conflito.
Há que estabelecer redes e sistemas (nacionais e internacionais) que agrupem parceiros decididos e apostados em acrescentar novos capítulos à história do Alto Douro Vinhateiro. Sem exagero, há uma consciência clara que novos horizontes se teriam de rasgar, por forma, a projetar o excecional património existente na região vinhateira.
Temos de estar de acordo: o Douro já mudou, e mudou muito. Cabe-nos dar continuidade a esta mudança e aproveitar a extensa margem de progresso que este Património Mundial nos oferece.