É preciso olhar para trás, trazer as lições do passado para podermos construir futuro.
Não é possível fecharmo-nos às filoxeras da humanidade. Estamos metidos no mesmo barco Rabelo a navegar nas “correntes impetuosas” da vida.
Muito se perde nestes tempos incertos, mas muito ainda vai ficar para se reerguer o sonho.
Nada fará deste Grande Douro outra coisa que não o território dos sonhos virtuosos. Nada mesmo!
Nem a COVID-19, muito menos a desertificação. O envelhecimento ou a falência social por desamparo sistémico dos mais velhos.
Nada nos parará nesta caminhada glamorosa. Por vinhas que fazem paisagens soberbas e vinhos inauditos. Por pomares, soutos e olivais que fazem fruta, castanhas e azeite com elevada concentração de amor. Tudo o que faz a alma mais leve.
Neste silêncio pulcro, neste grande rio e de outros rios, de aromas e sabores atraentes, não queremos que ganhe força o paradoxo.
Por um lado constrói-se de forma objetiva e mais ou menos unida, o futuro. Andamos para a frente: nas Universidades, nas Empresas e nos Municípios do território, de uma forma geral com visão e convicção.
Por outro lado, deixamos fugir as Pedras que são o suporte da vida destes pedaços únicos. Andamos para trás!
Fogem-nos por entre os dedos, as pessoas pela força do ciclo da vida. Algumas fogem-nos ficando cá sem saírem do círculo da pouca qualidade de vida. Muitas, essas, a grande parte, vão ganhar a vida!
Tenho ouvido falar muito de estratégias e de Planos de investimento. E bem!
Na Rodovia, na Ferrovia, na Hidrovia..!
Mas falta perceber melhor qual é a estratégia para a “HUMANOVIA”!
O Grande Douro pode e vai ser, tenho a certeza, um exemplo de uma grande Via para a humanização.
Pelas políticas claras e transversais no território que estão a despontar, para a infância e juventude. Para o emprego e qualidade de vida, que permitirão a fixação de gente nova. E, estruturantes, para as respostas concretas do Cuidar dos mais velhos.
O desamparo humano silencioso é uma realidade cruel. As iniquidades de acesso a cuidados de saúde e amparo social, à energia elétrica, ao conforto digno, são ainda um problema que não podemos esconder.
Precisamos ser exemplo na resposta às novas necessidades destes novos tempos.
A título de exemplo:
Queremos Cuidadores Comunitários nas nossas terras. Queremos cuidadores presentes, próximos e promotores de felicidade humana.
Com esta resposta inovadora, criaremos emprego e daremos, nas suas casas, mais qualidade de vida aos “que fizeram este Grande Douro” e preparamos também o nosso futuro.
Daqui a pouco, seremos nós os mais velhos que teimarão em continuar a viver no território mais extraordinário do mundo!
As pessoas não são pedras no horizonte, as pessoas são o horizonte!
Muita saúde para todos!