Início Opinião “Não é preciso usar um rótulo na testa!”

“Não é preciso usar um rótulo na testa!”

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Por Sofia Lourenço, Técnica de Turismo

Na última edição da EDP Meia Maratona DOURO VINHATEIRO, realizou-se em simultâneo o 6º Campeonato do Mundo de Meia Maratona INAS, na qual participaram atletas de todo o mundo com algo em comum, o facto de lhes ter sido diagnosticada uma deficiência intelectual. As pessoas com esta deficiência podem e devem fazer desporto, como forma de se desenvolverem intelectualmente, de melhorarem as competências relacionais, de se manterem saudáveis física e mentalmente. A ANDDI, Associação Nacional de Desporto para a Deficiência Intelectual, promove a participação dos atletas federados em diversos eventos desportivos, que vão do atletismo ao remo ou ao ténis de mesa.

No passado dia 17 de Maio, várias equipas disputaram o pódio, mas independentemente do hino que se fez ouvir aquando da entrega das medalhas, o que fica são as caras de felicidade dos participantes portugueses e estrangeiros, unidos pela INAS (International Sports Federation for Persons with Intellectual Disability). A INAS abrange 11 modalidades desportivas e está presente em 77 países, sendo a sua sede em Sheffield, no Reino Unido. Amaury Russo, presidente até 2017,  pretende extender a organização a mais países e divulgar junto da comunidade internacional o trabalho desenvolvido com e pelos atletas com deficiência intelectual, daí que no próximo dia 12 de Junho se comemore o Dia do Desporto para pessoas com deficiência intelectual, o Global ID Sport Day: 12.06.2015.

A intenção de Amaury é a de divulgar, promover e celebrar o Desporto para atletas com deficiência intelectual no mundo inteiro e para isso conta com o apoio em Portugal, da ANDDI, assim como de vários agentes desportivos, educativos e da comunidade em geral. Para pertencer à federação, os atletas têm de passar por um processo de triagem, através de testes psicológicos com credibilidade científica, para que não existam dúvidas acerca do rigor do diagnóstico mental. Após este processo, os atletas são integrados na ANDDI e podem participar em provas organizadas pelo Comité Paralímpico, o qual se divide em 4 áreas, a deficiência motora, a deficiência visual, a paralisia cerebral e a deficiência intelectual. Sendo esta última a menos conhecida do grande público, a INAS e a ANDDI precisam de divulgação intensa e frequente, de modo a “receber” mais atletas na federação, os quais podem escolher a sua modalidade de preferência com a ajuda dos técnicos de saúde e técnicos desportivos. Durante a tarde do dia quente de 17 de Maio, perguntei ao “coach” (treinador) da Suécia porque não se percebia que o seu atleta tinha deficiência intelectual e ele respondeu-me que “You don’t have to wear a sign on your face”(não tens que usar um rótulo no rosto).

 

 

 

 

 

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