Após um primeiro mandato em que a preocupação foram as contas do município, José Maria Costa aposta na reeleição, desta feita mais focado no desenvolvimento de Murça e na sua promoção turística.
Qual o balanço que faz do seu mandato à frente da CM de Murça?
O banco que faço deste mandato é, de uma forma geral, bastante positivo e que se pode definir em duas vertentes:
Primeiro, a necessidade que houve de dar continuidade a um conjunto de investimentos que tinham sido iniciados no passado. Em segundo plano, a necessidade de conjugar estes investimentos com a obrigação de dar resposta a um processo de saneamento financeiro a que fomos sujeitos.
Ao longo deste mandato queria destacar, com bastante veemência, o trabalho que foi feito neste campo, baixando o endividamento da autarquia para níveis aceitáveis de endividamento, ao abrigo do programa que estamos sujeitos desde 2012 e que durará até 2021, conseguindo no final de 2016, chegar quase aos 50% de dívida paga. Este exercício obrigou-nos a ser bastante criteriosos na gestão da autarquia, sem nunca descurar as nossas competências.
Tivemos ainda a preocupação de criar as condições necessárias para um forte investimento local, não só publico como também privado. Ou seja, criar condições para que pequenas empresas, locais ou de fora, se estabelecessem no nosso concelho, nomeadamente através de um projeto de ampliação da zona industrial e que alocou à Câmara um investimento total de cerca de 250 mil euros.
Todo este trabalho não foi feito a pensar nas eleições de 1 de Outubro mas, a pensar na realidade, total e absoluta, do município e das pessoas.
Tendo em conta os constrangimentos financeiros a que a Câmara esteve sujeita, houve alguma obra que estivesse pensada mas que não pôde avançar?
Sim, nomeadamente numa área em que é necessário um investimento significativo mas para a qual não existe qualquer tipo de apoio, a rede viária interna do município.
Murça é atravessada por vias estruturantes, nomeadamente a N15, a N212 e a estrada regional 314, é sobretudo aí que existe uma lacuna à qual não nos foi possível dar resposta porque estamos a falar de valores na ordem dos 3 milhões de euros. Será um desafio que se coloca para o próximo mandato, em especial a regional 314 e vários troços de ligação dos eixos principais às nossas aldeias.
De resto, conseguimos cumprir o que tínhamos em mente, em especial no que diz respeito ao apoio às associações e coletividades que existem no concelho, na educação e ao nível do apoio social, que tão importante é num município de interior como é o nosso.
Quais são as linhas orientadoras do programa com que se apresenta a estas eleições?
Uma das nossas preocupações será continuar o trabalho que temos vindo a fazer no que diz respeito às contas da autarquia. No entanto, no caso de conseguir a reeleição, irei de imediato iniciar conversas com vista à renegociação da dívida, tentando aumentar o prazo do seu pagamento reduzindo assim o esforço mensal que é necessário atualmente aumentando a disponibilidade financeira do município.
Vamos também tentar aproveitar ao máximo os financiamentos de programa Portugal 2020, em especial os projetos que estão já contratualizados pela CIM Douro. Aqui temos alguns projetos na área do Programa de Ação para a Reabilitação Urbana (PARU), onde temos alocada uma verba de quase 1 milhão de euros.
Temos também já aprovado o projeto de reabilitação da Escola EB 2/3 de Murça, que representa 1,5 milhões de euros.
No Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS), também temos já algumas ideias do que devemos fazer para melhorar a segurança, quer das pessoas, quer dos veículos, criar zonas de circulação pedonal e ainda uma ciclovia.
Queremos ainda criar um interface modal de nível 1 que dê resposta ao movimento de autocarros que por aqui passam, sejam os de circuitos internos ou de circuitos externos.
Uma área também importante para nós é o turismo e, nesse sentido, estamos já a trabalhar num projeto ambicioso que terá um investimento de cerca de 400 mil euros. Este projeto tem como objetivo expandir a atividade turística a todo o nosso concelho, através do desenvolvimento dos diferentes pontos de interesse que temos. Este ponto assume uma maior importância com o projeto hidroelétrico da barragem Foz Tua, que trará ao nosso território um maior fluxo de turistas que teremos de estar preparados para receber.
Para além de tudo isto iremos continuar a trabalhar para as pessoas, as suas necessidades e sermos parceiros ativos na criação de emprego, tentando assim combater o despovoamento a que os territórios do interior estão sujeitos.
Quais as expectativas para o dia 1 de Outubro?
Não querendo ser juiz em causa própria, acredito plenamente que os munícipes nos vão dar mais um voto de confiança.
Foi nessa base da confiança que governamos durante este 4 anos que agora terminam, tendo sempre a porta aberta para todos quantos queriam falar connosco, por isso acredito que esse voto será renovado.