Penedono recua até à Época Medieval de 1 a 3 de julho

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Carlos Esteves de Carvalho, presidente da câmara municipal de Penedono
Carlos Esteves de Carvalho, presidente da câmara municipal de Penedono
Carlos Esteves de Carvalho, presidente da câmara municipal de Penedono
Carlos Esteves de Carvalho, presidente da câmara municipal de Penedono

Penedono volta a fazer uma viagem no tempo, de 1 a 3 de julho, com a realização de mais uma edição da Feira Medieval. O VivaDouro esteve à conversa com Carlos Esteves de Carvalho, presidente da autarquia, que revelou a sua intenção em voltar a recandidatar-se ao cargo nas eleições autárquicas de 2017.

 

Depois do sucesso da última edição da Feira Medieval, quais são as expetativas para este ano?

As nossas expetativas para a edição deste ano são muito simples e objetivas: queremos chegar ao final do evento e sentirmos que conseguimos proporcionar a todos os que nos visitaram uma viagem no tempo e que o nosso castelo, o nosso centro histórico, a nossa vila foram uma vez mais motivo de atração para todos os que vierem estar entre nós. Posteriormente, na avaliação que sempre realizamos, ambicionamos concluir, em consciência, de forma realista e com verdade, que a iniciativa foi uma vez mais positiva para o nosso concelho. As nossas expetativas assentam em assegurar o “patamar” em que a nossa feira medieval se posiciona e se possível concluirmos que aumentámos o grau de satisfação de todos os intervenientes: as pessoas locais e as que nos visitam.

A aposta no Turismo Medieval tem sido um dos grandes objetivos do executivo?

 

A nossa aposta no turismo não se confina à temática medieval, dou, por exemplo, uma área na qual estamos empenhados em dinamizar e promover, que é a herança judaica que nos foi legada, e isto em paralelo com outras áreas. Mas sem dúvida que o turismo medieval é um objetivo em que estamos empenhados, na procura da nossa afirmação como um destino turístico claramente diferenciado. Em reflexões que foram realizadas apurou-se que esta diferenciação deveria alicerçar-se na nossa própria identidade histórica e cultural com relevo para a criação de um destino turístico, através do conceito de um Reino Imaginário que permitisse a recriação de uma sociedade medieval. É este propósito que nos motiva, cientes de que ainda existe muito caminho para caminhar. Falamos da parte financeira em que a importância dos privados é importantíssima, mas também da parte afetivo, imprescindível para que toda a estratégia funcione resultando em pleno. É necessário conseguir a adesão e mobilização de toda a comunidade. É um trabalho de teimosia, de grande persistência! A nossa determinação continua a ser uma certeza.

Em que medida a Feira Medieval de Penedono se destaca de outras a nível nacional e regional?

Penedono tem particularidades muito ímpares e especificidades realmente muito concretas para este tipo de realizações. A vila medieval de Penedono domina imponente uma paisagem de contrastes fortes e impressionantes. O castelo, “abraçando” todo o centro histórico  em alinhamento com a artéria principal da vila, transmite afetividades e cumplicidades. Estamos, pois, perante um grande pormenor diferenciador: um espaço físico privilegiado que, complementado por toda a ambiência criada, permite a vivência de emoções e fantasias. Uma segunda particularidade é direcionada para um dos filhos ilustres desta terra, Álvaro Gonçalves Coutinho – o legendário Magriço, a sua relação com a literatura portuguesa e a importância que a sua família, uma das mais antigas e ilustres de Portugal, teve à época no nosso País.

Qual é a importância deste certame para a economia local?

A importância é enorme, como facilmente se entende, e é por isso que se realiza a iniciativa, por nós considerada um verdadeiro investimento. A participação local vai aumentando de ano para ano, o que é um sinal positivo, e apercebemo-nos, no final de cada realização, da satisfação dos diversos agentes económicos locais. Seria deveras importante é que esta mais-valia constatada e confirmada se traduzisse na melhoria, na evolução e numa melhor preparação para estas iniciativas a par do esforço já evidente da Autarquia.

Qual é o principal público-alvo que pretendem atingir?

Toda a gente de bem que procure descobrir o nosso País, a identidade dos territórios nacionais e todos aqueles que pretendam viver e respirar um pouco da história de Portugal. Concretizando mais especificamente direi que os segmentos de mercado são as famílias, o turismo histórico-cultural e o turismo ativo.

 

O número de turistas espanhóis a visitar a feira tem aumentado anualmente?

 

Tem sido uma constatação realmente, notando-se sobretudo os oriundos da Galiza. A ação da ERTPN de Portugal tem sido importante na promoção do território e especificamente na divulgação do evento, pelo que sentimos o norte do País a mais importante porta de entrada relativamente ao turista espanhol. Porém, a nossa proximidade à fronteira de Vilar Formoso, permite-nos concluir que Castilla e León poderá ser um mercado turístico a vir até nós.

 

É um mercado em que pretendem apostar mais no futuro?

Trata-se de um mercado em que já estamos a apostar. A presença da Autarquia este ano na III Edição da Feira Ibérica da Guarda teve objetivamente essa pretensão. Aguardemos por resultados positivos.

 

A autarquia procedeu ainda recentemente à requalificação da Taberna Medieval, já se encontra em funcionamento?

A Taberna Medieval “Fornos do Rei” já está a funcionar desde 1 de junho. Trata-se de uma aposta do Município em proporcionar aos visitantes um espaço temático de caraterísticas específicas. Confesso que colocámos algumas expetativas relativamente àquele espaço, acreditando na importância que pode ter localmente. A exploração é privada e ambicionamos verdadeiramente que se consigam obter dinâmicas que se venham a traduzir em mais-valias reais para o concelho.

Quer deixar uma mensagem a convidar as pessoas a visitar a Feira Medieval de Penedono?

 

A vila de Penedono vai viver, uma vez mais, de 1 a 3 de julho, a história de Portugal, através de mais uma edição da sua Feira Medieval. O seu centro histórico, de características ímpares, irá ser percorrido por nobres, monges, cavaleiros destemidos, guerreiros com valentia, mercadores, almocreves, jograis e tantos, tantos outros intervenientes.

As tabernas vão-se encher de visitantes, as ruas animar-se-ão com os pregões das vendedeiras, o som das ferramentas de artesãos e os sonoros anúncios dos arautos. Enfim, a Feira Medieval de Penedono vai acontecer…

Procurando respeitar o rigor histórico e a fidelidade da época que exorta, leva todos aqueles que nela participam a viver um ambiente puramente medieval.

O encantador cenário histórico que a vila proporciona, a ativa participação das gentes locais, a animação sempre diversificada e constante são motivos que vêm contribuindo para o sucesso alcançado.

O Município de Penedono convida-vos a todos a viajardes neste regresso ao passado e a redescobrirdes os traços, os feitos e os encantos que forjaram e moldaram a identidade destas gentes. Em Penedono também se vive e respira a história de Portugal.

Relativamente ao seu cargo enquanto presidente da autarquia, pretende voltar a recandidatar-se nas  próximas eleições autárquicas?

Desde que a minha lembrança me permite, sempre ouvi dizer que «o futuro a Deus pertence», até porque acontece que as nossas intenções, por vezes e por razões muito díspares, saem goradas. Apesar disso, face à possibilidade legal de ainda poder fazer mais um mandato e em consciência afirmar que existem propósitos que ainda não estão concretizados, assumo a minha disponibilidade para me recandidatar a mais um mandato autárquico. É no respeito e na muita consideração que sinto pelos Penedonenses que fundamento o que acabo de assumir.

Quais são os principais objetivos que ainda pretende concretizar para o concelho?

 

O desenvolvimento económico e social do concelho vai continuar a ser um objetivo prioritário, através da dinamização do nosso turismo, do fomento do empreendedorismo, do incentivo à criação de emprego e consequente fixação de pessoas. Trata-se de um trabalho árduo que tem de ser assumido. Existe ainda muito trabalho a ser desenvolvido com determinação e persistência que não depende só de nós, mas que nos obriga a estarmos preparados no que respeita às respostas a dar. Depois, ainda estão por concretizar questões relacionadas com a área ambiental, como por exemplo, infraestruturas  terminais nos sistemas de saneamento, questões relacionadas com o abastecimento de água. Enfim, poderia continuar a enunciar mais algumas questões, até porque quem trabalha em função da satisfação das necessidades humanas básicas das pessoas nunca tem a sua tarefa concluída.