Agostinho Santa: “Desenvolver um projecto consistente, arejado, arrojado, moderno e ambicioso”

0

Há 12 anos fora do executivo, o PS de Peso da Régua pretende conquistar a câmara nestas eleições. Agostinho Santa tem nos jovens o foco da sua candidatura e acredita que o seu projeto é o mais favorável para assegurar os destinos do concelho.

1 – O que o leva a candidatar-se à CM Peso da Régua?

Antes de mais, acredito que as pessoas se devem envolver na vida das comunidades que sentem como suas. A disponibilização para o exercício do poder/servir autárquico é uma das mais nobres formas de garantir esse envolvimento.

Acresce que tenho a convicção de que o percurso de vida que fiz, sobretudo em quase quatro décadas de serviço público de relevo, tanto a nível profissional como social e político, e o perfil que fui preenchendo me permitiram adquirir capacidades e competências necessárias e adequadas ao tipo de projecto autárquico a que me candidato.

Entendo, além disso, que sou capaz de pensar e desenvolver um projecto consistente, arejado, arrojado, moderno e ambicioso para o concelho do Peso da Régua, que necessita de se repensar como território e como comunidade e recentrar-se na sua capitalidade no Douro.

Tenho os jovens como preocupação, ponto de focagem e prioridade de acção, o que também me entusiasma a aceitar este desafio.

Por fim, firmei a tendencial certeza de que tinha condições de juntar à minha volta um conjunto de reguenses com vontade e capacidade de fazer a diferença para melhor, entregando-se a uma missão de serviço local que os entusiasme e os convoque a uma prestação de excelência. Isso já consegui: a candidatura Agostinho Santa às eleições autárquicas no Peso da Régua é uma equipa fantástica!

Porque temos paixão, visão e ambição, garantimos pressupostos de mudança num concelho que dela necessita para evoluir em modernidade. Estamos cá para isso: queremos vencer para fazer Apaixonadamente.

 2 – Quais são as principais ideias do programa eleitoral com que se apresenta a estas eleições?

Não sendo possível nem conveniente, nos termos desta entrevista, elencar todas as medidas programáticas que integram o nosso Manifesto Eleitoral, e confinando-me à específica questão que me é colocada, referente a “principais ideias”, referenciar-me-ei aos eixos de acção que definimos.

Diga-se, antes de tudo, que, definidos que foram, à partida, esses eixos, quisemos implicar na construção do programa eleitoral os reguenses individualmente considerados e as instituições e associações que constituem o tecido social do nosso concelho. Para isso, abrimos várias formas de recolha das suas opiniões, propostas, manifestações de anseios e ambições para Peso da Régua. Temos, assim, como matriz do nosso pensamento agregador e depois do envolvimento de tantas pessoas e da audição de tantas associações, um programa participativo que vai fazer toda a diferença.

Apresentando, agora, de forma muito sintética, as referidas “principais ideias”, vejamos, então, os eixos que dão unidade, consistência e coerência à acção concreta a desenvolver:

Eixo 0 – Ética Política, Boa Governação e Cidadania: proximidade com os cidadãos, submissão a princípios e valores, garantindo o envolvimento e a participação das pessoas. De entre quase uma vintena de medidas, permito-me destacar a criação de um “Conselho Consultivo Estratégico Municipal”, que agregue, em continuidade e em coadjuvância ao Executivo da Câmara Municipal, os candidatos a vereadores não eleitos, para aproveitamento das suas potencialidades de base, e especialistas reconhecidos em áreas estratégicas para o desenvolvimento do concelho.

Eixo 1 – Coesão Territorial: promover uma visão integrada do concelho de Peso da Régua, valorizando os espaços rurais e dando continuidade a todo o território. De cerca de dezena e meia de medidas concretas, anunciamos o mapeamento exaustivo do concelho, para sinalização de todos os lugares de interesse de fruição e de visitação, para, com base nele, se traçarem roteiros, percursos ou caminhos que levem, com condições, gente a todos os lugares do território e que lá deixem riqueza.

Eixo 2 – Reafirmar a Marca “Régua – Capital do Douro”: voltar o concelho para o futuro, com orgulho na sua história, cultura e tradições e recolocá-lo no centro dos desafios e da liderança da Região. De entre imensas medidas, retiro a que se refere à realização da “Feira Internacional do Douro”, dedicada à fileira da vinha e do vinho e de tudo o que a envolve e potencia.

Eixo 3 – Novos Horizontes: uma cidade e um concelho com novas polaridades, centralidades e condições de mobilidade, promovendo a regeneração urbana e ambiental. De tantas acções previstas, realço duas: 1ª – o programa de recuperação e revitalização do “Peso”, para transformar essa parte alta da cidade num novo polo turístico e de fruição por todos os reguenses; 2ª – o estudo e projecto de abertura de uma circular externa à cidade a partir da zona de saída da A24.

Eixo 4 – Peso da Régua a Crescer: revitalizar o tecido social e económico, com dinâmica empresarial e lançamento de novos negócios, aposta no turismo e no comércio, criação de emprego e fixação de jovens. Medidas a destacar: 1ºª – requalificação e valorização do Mercado Municipal; 2ª – construção de uma praia fluvial e parque de campismo, a partir da zona da foz do Corgo.

Eixo 5 – Acção Social, Saúde, Associativismo: um concelho solidário e dinâmico que presta ajuda e apoio a quem mais precisa, incentiva o associativismo e promove o desporto.

 3 – A Casa do Douro é uma questão que recorrentemente vem à discussão pública e política, para a sua candidatura esta é uma questão resolvida ou existe alguma proposta para modificar o seu atual funcionamento?

Extinta que foi, pelo anterior Governo PSD/CDS, a Casa do Douro, neste momento, a Comissão Administrativa do Património da Casa do Douro, a que presido, desenvolve as acções necessárias a cumprir um programa extraordinário de regularização de dívidas, tendo já começado pelo pagamento integral das dívidas aos trabalhadores.

Tenho a clara noção de que esta fase é meramente instrumental: destina-se ao saneamento financeiro da Casa do Douro, de forma a que a solução que venha a ser encontrada parta de uma situação estabilizada, em que se conheça o património remanescente com que se pode contar, não mais se aceitando a chantagem que esteve na base das propostas ministeriais anteriores.

O essencial que há a garantir é que os viticultores da região demarcada do Douro, desde logo os pequenos e médios, possam ter representação em tudo quanto se refira à região e à actividade da vinha e do vinho, designadamente no Conselho Interprofissional, em condições de equilíbrio, e que essa representatividade tenha origem e metodologia absolutamente democráticas.

Além disso, depois de resolvidas as dívidas, na certeza de que o património sobrante será de monta, é forçoso que se encontre o caminho seguro de regresso a uma associação que congregue os viticultores, que defenda os interesses da lavoura duriense, que possa falar a uma só voz e que interprete as suas necessidades e anseios, assente em competências e poderes de natureza pública, já que, na verificação da continuação do desequilíbrio interprofissional, o Estado não pode deixar de criar mecanismos de reequilíbrio e de benefício do sector notoriamente mais frágil.

É por esta e para esta solução estrutural que lutaremos, contribuindo com ideias, reivindicando, exigindo, interpretando a vontade de toda uma região e seus artífices, que fazem da paisagem do Douro Vinhateiro um “milagre” e uma conquista diária da humanidade.

Apelo pessoalmente a que esta situação não entre dentro de querelas meramente partidárias, mas que possa continuar a manter o consenso que a região e seus protagonistas sociais e políticos têm sabido preservar. Proponho um pacto, um compromisso de honra, neste sentido, a todas as candidaturas às eleições autárquicas no concelho do Peso da Régua.

 4 – Outro assunto que regressa sempre que há eleições é o Hospital D. Luiz I, qual é a sua proposta para esta unidade hospitalar?

É inevitável que se volte a esse assunto, sempre que seja necessário, em época de eleições ou em qualquer outra altura. Já se foi longe de mais na afronta aos reguenses e munícipes de outros concelhos a quem o Hospital D. Luís I pode servir. Já se percebeu, igualmente, que não é tempo de a própria autarquia embarcar, como o fez nos últimos anos, em visões e projectos que só têm servido para arrastar o problema.

Pela positiva, o que nós defendemos, e vamos continuar a exigir junto do Governo, da ARS e da Administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, é a reabertura do nosso Hospital. Não uma reabertura qualquer ou apenas para disfarce, mas a retoma de serviços hospitalares de proximidade, na vertente de cuidados continuados, paliativos e/ou de convalescença, acrescentando-lhe a valência de outros serviços, como é o caso do serviço de reabilitação, e localizando nele algumas consultas de especialidade.

Nada disto é impossível, tudo isto se exige, e, tanto quanto sabemos, o Governo deu já passos decisivos nesse sentido, estando, mesmo, previstas obras de recuperação e de reajustamento com grande relevância. Quando assumirmos o exercício do poder/servir local, na Câmara do Peso da Régua, tudo faremos para que, em parceria, possamos devolver ao Hospital D. Luís I a dignidade que merece e que as pessoas, legitimamente, anseiam e exigem.

Seja esta situação uma outra em que se materialize o compromisso e pacto entre candidaturas, para que se preserve o essencial e se aceite e pratique o consenso.

 5 – Para finalizar, quais são as suas expectativas para o próximo dia 1 de Outubro?

Resposta muito breve e clara: o projecto autárquico que lidero para o concelho de Peso da Régua é, já e em si mesmo, um projecto vencedor, pela motivação que a ele preside, pela paixão que motiva, pela visão em que assenta, pela ambição que lhe é natural, pela equipa que se reuniu para lhe dar alma e corpo.

No próximo dia 1 de Outubro, celebraremos Peso da Régua como um concelho com certezas de futuro, governado com ética, com coesão, com competência e pujança empreendedora, com solidariedade, com arrojo, com modernidade, com uma visão jovem. Vamos vencer para fazer Apaixonadamente.