
De Tabuaço para o mundo, nasceu o primeiro gin do Douro, o Cobalto 17, totalmente produzido na região. Edgar Rocha e Miguel Guedes, mentores do projeto, ambicionam conquistar brevemente mais mercados além-fronteiras.
A ideia surgiu sensivelmente há um ano, impulsionada pelo gosto por gin que ambos os produtores tinham. Edgar Rocha, enólogo e Miguel Guedes, engenheiro químico, transportaram o conhecimento adquirido na destilaria industrial onde trabalhavam anteriormente para o novo projeto.
O Cobalto 17 passou por vários processos até chegar ao produto final, “fizemos muitos testes em laboratório com vários ingredientes, desde botânicos, frutas e demorámos cerca de quatro semanas até chegarmos até esta composição ”, explicou Edgar Rocha. “Demos a provar a diferentes especialistas e críticos de gin nacionais e tivemos um feedback fantástico, foi isso que nos fez passar da brincadeira para um projeto sério”, acrescentou Miguel Guedes.
Com a habitual base de zimbro, aliada à pera, à uva tinta de casta amarela típica do douro, à hortelã-pimenta e à lúcia-lima, compõem-se os principais ingredientes do primeiro Gin do Douro. Todo o processo é realizado manualmente, sendo que cada ingrediente tem de repousar individualmente durante 48horas juntamente com o álcool alimentar.
Na opinião dos mentores do projeto, este gin diferencia-se dos restantes existentes no mercado, essencialmente por ser “mais frutado, mais aromático e por ter mais personalidade e intensidade”, afirmou Edgar Rocha.
Na constituição da marca, nenhum pormenor ficou descorado, o nome, Cobalto 17, está também ligado à região do Douro, berço de todo o projeto, “temos a associação do azul-cobalto ao rio Douro e o 17 deriva dos 17 dias de estabilização que o gin tem de ter até ser engarrafado”, contou o enólogo. Também a etiqueta detém elementos identificativos da região, com a alusão ao “Barbo, um peixe típico do Douro e com as curvas de nível presentes nos socalcos das vinhas”, explicou Miguel Guedes.

Edgar Rocha e Miguel Guedes confessam que até ao momento a adesão ao produto “está a ser muito positiva”, “as pessoas gostam muito, dizem que é um gin diferente, frutado e ao mesmo tempo fresco, o acompanhamento perfeito para o verão”, contaram.
Com milhares de garrafas produzidas até ao momento, o Cobalto 17 já teve encomendas em praticamente todo o território nacional e também nas ilhas. No futuro o objetivo “passa por conquistar o maior número de mercados possíveis e aumentar a produção”, revelou Miguel Guedes. Os dois empreendedores encontram-se neste momento em negociações com vários mercados estrangeiros, nomeadamente nos países nórdicos.
No que diz respeito a novos produtos, Edgar Rocha e Miguel Guedes estão a pensar a possibilidade do lançamento de um novo produto provavelmente também ligado ao gin, mas esta hipótese ainda está a ser analisada. Em relação a prazos, Edgar Rocha, revela que talvez seja em dezembro, no entanto, “como o processo é muito moroso, ainda vamos ver, temos de seguir o mercado. Porque como a empresa está a aumentar e a expandir-se temos de conciliar as duas coisas”, revelou o enólogo.