
Nas vésperas da realização da 46.ª edição do Circuito Internacional de Vila Real o VivaDouro esteve à conversa com Eduardo Passos da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR), com o objetivo de perceber o trabalho feito por esta associação e as expetativas para o evento deste ano.
Qual o principal objetivo da criação da APCIVR?
A Associação Promotora surgiu no final de 2013 para responder a um desafio da Câmara Municipal para que as corridas pudessem regressar em 2014. Nascemos com essa função e atingimos o nosso objetivo logo após a eleição dos atuais órgãos autárquicos que tinham assumido esse compromisso. É uma associação composta por voluntários que têm a paixão pelas corridas e pelo circuito de Vila Real.
Que balanço faz da atividade da associação até ao momento?
O balanço só pode ser positivo porque fizemos regressar as corridas a Vila Real e tornamo-las internacionais num patamar elevadíssimo. É um circuito com mais de 80 anos mas que só teve um circuito FIA pela primeira vez em 2015. Este ano vai repetir-se e vamos ter novamente o Campeonato do Mundo de Carros de Turismo, com uma novidade, a realização da Taça Europeia de Carros de Turismo em Vila Real.
Quais são as expetativas para a edição deste ano?
As expetativas são sempre elevadas. Acreditamos que o evento pode gerar o sucesso que gerou no ano passado e queremos sempre superar essa marca. Foi um evento com uma cobertura mundial e esperamos voltar a estar nos canais internacionais. No ano passado o evento superou a marca de 50 milhões de euros, no que diz respeito à cobertura televisiva. Em termos de público presente nas corridas contamos com 180 mil pessoas.
Conseguirão superar a marca do ano passado?
É difícil estimar porque o circuito de Vila Real é uma prova popular e a maior parte das pessoas não precisa de adquirir bilhete para assistir à prova. Contudo, para as bancadas que são instaladas ainda existem bilhetes à venda e para o paddock também. Só depois do evento é que conseguimos ter uma noção exata. Os bilhetes são vendidos no TicketLine, na Associação Promotora de Vila Real e nas bilheteiras durante os dias da prova.
Quais são os preços dos bilhetes?
Variam em função da escolha de bancadas com televisão, ou não. Variam também consoante a aquisição para todo o evento ou para um dia apenas. Os preços começam nos 20 euros e terminam nos 50 euros.
Quais são os bilhetes mais vendidos?
No ano passado as bancadas que esgotaram mais depressa foram as mais caras. Com o bilhete mais caro o público tem acesso aos três dias do evento e garante o acesso ao paddock e o contacto mais próximo com os pilotos. Temos pedidos de bilhetes de pessoas vindas da Argentina, Suécia, Inglaterra. Os estrangeiros são os que mais cedo adquirem ou reservam os seus ingressos. Este ano é um ano de garantia, no ano passado a prova ainda era estreante. Com a entrada da Volvo nesta competição o mercado nórdico também está interessado nesta prova e posso garantir que a marca vai trazer a Vila Real mais de 300 convidados.
Para além de serem dedicados ao desporto automóvel estes também são dias de festa para a cidade?
São claramente três dias de festa. Queremos que a prova sirva de pretexto para as pessoas visitarem Vila Real e que sirva também para assistirmos aos espetáculos musicais preparados para o evento e exposições que vão abrir ao público. Vamos ainda apresentar um filme sobre os primeiros anos o circuito com memórias de pessoas que assistiram a essas edições. Vai ser apresentado pelo Museu do Som e da Imagem, no Teatro de Vila Real, no dia 15 de julho. As entradas para esses eventos estão já esgotadas e estão a ser pensadas novas sessões.
O que é que o circuito de Vila Real tem de especial?
Este circuito realiza-se dentro da cidade e passa à porta da casa das pessoas. Além disso, é um circuito que preserva a tradição desde 1931 porque decorre nos mesmos locais, com melhores condições de segurança. As pessoas de Vila Real também gostam de receber os visitantes e sabem receber. Essas são condições únicas deste circuito. Os circuitos urbanos são uma espécie em vias de extinção e para Vila Real é uma honra pertencer a esse círculo restrito de provas.
Vila Real já tem intrínseco o gosto pelas corridas?
Notamos isso. Nós incomodamos a população local mas não sentimos esse incómodo. Sem os munícipes não era possível a existência desta prova.
Por onde passam os objetivos futuros da associação?
A Associação tinha esse objetivo inicial que conseguiu atingir, mas estamos também a trabalhar na preservação da memória das corridas e editamos já um livro sobre o circuito antigo. Estamos a desenvolver essa vertente e ambicionamos a criação de um espaço museológico com ligação a esta prova. Sabemos que só podemos continuar a existir se o circuito também existir e o nosso trabalho passa por garantir isso, todos os anos.