
Sob o lema “Conviver também é saúde”, a Associação Intergeracional “Elas” surgiu há três anos na comunidade tarouquense e tem como principais objetivos o apoio a causas solidárias e o combate ao isolamento. O VivaDouro esteve à conversa com alguns membros do grupo constituído apenas por mulheres.
Do grupo de amigas que se juntou inicialmente para conviver e conversar sobre os costumes antigos nasceu a associação intergeracional “Elas”. As mulheres que constituem o grupo são, na sua maioria, reformadas ou desempregadas e encontram no convívio um momento de alegria e lazer. O grupo reúne-se duas vezes por semana na antiga escola primária do concelho, um espaço disponibilizado pela paróquia.
A criação do projeto “A feirinha vai à aldeia” foi um dos primeiros desafios do grupo intergeracional, “a maior parte das pessoas não tem transporte e então criamos o evento” afirmou Ilda Oliveira, uma das fundadoras da associação, acrescentando que “durante um ano levamos a feirinha a todas as aldeias do concelho e foi um sucesso”.
Os produtos artesanais que a associação vende são a base do seu sustento e a forma para angariar o dinheiro necessário para as suas causas sociais. “Fazemos quermesses para angariar fundos para os nossos materiais, de resto todas as atividades e eventos são sempre em prol de uma causa solidária”, revelou Ilda Oliveira. Para além do apoio a causas solidárias, um dos principais objetivos do grupo é o combate ao isolamento, principalmente nas regiões do Interior “hoje em dia as pessoas vivem muito isoladas e isso nota-se mais nas aldeias”, realçou a mentora.
Das diversas causas que a associação já apoiou são de salientar os 143 gorros realizados para as crianças do IPO do Porto e os fundos conseguidos para a associação de animais, o centro paroquial e os bombeiros voluntários do concelho. A associação realizou ainda dois desfiles de moda em croché e uma palestra sobre a violência doméstica nos idosos.
Atualmente o grupo conta com cerca de 30 mulheres. Mariana Pinto, 13 anos, é o membro mais novo. “ A minha mãe já pertencia ao grupo e eu resolvi participar. Tenho aprendido muito, se não fosse aqui não tinha aprendido a maior parte das coisas que sei”, revelou a jovem salientando a “originalidade” do grupo na região. Alzira Pinto, 77 anos e reformada, está no grupo há dois anos, “sou viúva e sentia-me sozinha em casa, aqui sempre convivo, aprendo e ensino muitas coisas”, contou Alzira Pinto, salientando que “aqui somos todas iguais”.

“O concelho precisa de mais dinamização” sublinhou Ilda Oliveira, frisando que são “poucas” as atividades realizadas para mulheres no concelho. Para a mentora da organização, o balanço destes três anos de trabalho é “muito gratificante”, garantindo que “somos capazes de tudo basta força de vontade”.
“Durante todas as sextas-feiras do mês temos o “Chá com Elas” e ao fim de cada mês convidamos uma pessoa da comunidade para vir lanchar connosco”, revelou Ilda Oliveira, destacando que “uma conversa e um chá é o que temos para oferecer, porque o que importa é que as pessoas convivam e que haja afetos”, concluiu.
O próximo projeto da associação intergeracional de Tarouca decorre em maio com a realização do evento “Miss Tarouca.