
Sernancelhe realizou, entre os dias 8 e 10 de julho, a terceira edição do festival Ser+Cultura, um evento que teve como objetivo dinamizar o centro histórico da vila com recurso à cultura. O cartaz contou com uma oferta diversificada de 35 horas de espetáculos, seis palcos em constante movimento e cerca de 250 artistas a participar na iniciativa.
Tendo como um dos principais objetivos “superar as duas edições anteriores”, tal como explicou ao VivaDouro Armando Mateus, vereador da cultura do município de Sernancelhe, a terceira edição do Ser+Cultura, levou até ao centro histórico da vila espetáculos de música, teatro, exposições, desporto, literatura, multimédia e tasquinhas.
Aproveitando o valor patrimonial do centro histórico, e acrescentando espaços ao ar livre, a organização criou seis palcos que receberam espetáculos ao longo dos três dias, sempre sem parar.
Sendo que este ano a arte de rua foi uma das novidades do evento, “para além da parte musical e desportiva, achamos que a arte de rua é sem dúvida uma tendência e porque não Sernancelhe também apostar nela”, explicou Armando Mateus.
Nesse sentido, “houve uma aposta nos artistas do concelho, onde todos eles realizam várias composições e o resultado é este, acho que o espaço está muito agradável”, acrescentou o membro do executivo.
Mariline Ricardo, artista plástica natural de Arnas, Sernancelhe, participou na edição deste ano do Ser+Cultura com a realização de um livro de artista com as crianças do ATL, entre os 6 e os 12 anos.
“Um livro de artista é uma obra de arte em formato de livro, e depois estamos a fazer a obra de arte ao colocar os livros de artista dentro de uma escultura”, explicou Mariline Ricardo enquanto trabalhava em conjunto com as crianças.
Apesar de estar habituada a participar neste tipo de eventos, é a primeira vez que a artista plástica “trabalha com crianças tão pequenas”, no entanto revela que a experiência “é muito gratificante”.
“Este evento para além de ser importante é diferente de tudo o que se faz aqui durante o ano, traz a arte para as ruas”, afirmou Mariline Ricardo ao falar da importância do festival.
Um pouco mais acima, dentro das ruínas do antigo castelo, encontrava-se José Manuel Fonseca Justino, um escultor, também natural do concelho, a expor as suas obras.
“Estou a esculpir uma peça que é o padroeiro de Sernancelhe, São Sebastião”, explicou ao VivaDouro, enquanto martelava a obra de arte.
“É gratificante estar aqui a mostrar o meu trabalho, é um incentivo, uma vez que ando à procura de novos alunos, quero incentivar principalmente a faixa etária mais jovem para as artes”, afirmou José Manuel Fonseca Justino.
Uma vez que houve o “aproveitamento dos artistas do concelho”, o investimento da parte da autarquia no evento “não é muito alargado”. “Todos nos envolvemos e com a nossa entreajuda, entre as várias instituições, não é um grande investimento”, explicou Armando Mateus.
Para além da arte de rua, a terceira edição do Ser+Cultura contou ainda com a realização da Feira do Livro, de vários momentos de animação de rua, demonstrações de karaté, atelieres para crianças, momentos literários, mega aula de zumba, peças de teatro, tunas, entre várias iniciativas.
Para além disso, o artesanato e a gastronomia estiveram igualmente em destaque, sendo que estiveram disponíveis mais de uma dezena de espaços a representar as artes e os ofícios do concelho, bem como as “tasquinhas”, onde os visitantes tiveram oportunidade de degustar as iguarias do concelho.
No que diz respeito à adesão da população ao evento, na opinião de Armando Mateus, o “público tem aceitado bastante bem a iniciativa”, revelou. “Ainda que estejamos numa época de explosão de eventos e festivais de verão, este Ser+Cultura encaixa muito nas pessoas do concelho, realiza-se na zona histórica e as pessoas sentem-se acarinhadas quando veem a zona histórica valorizada”, afirmou.
Com uma vertente solidária, realizou-se no último dia do evento uma Caminhada Solidária que serviu para apoiar a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Para além disso, o Ser+Cultura associou-se este ano à canoagem, com a prova do Campeonato Nacional de Esperanças, no rio Távora, vila da Ponte, bem como ao Encontro de Bandas Rota do Cister, momento que assinalou os 35 naos da Banda Musical 81 de Ferreirim.