Rede Mundial de Universidades de Magalhães constituída no Douro

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Fotografia de grupo com as várias Universidades que participaram no Encontro/ Foto: Direitos Reservados
Fotografia de grupo com as várias Universidades que participaram no Encontro/ Foto: Direitos Reservados

O protocolo foi assinado a 18 de janeiro na Biblioteca da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real. O próximo passo será a preparação da candidatura da Rota de Magalhães a Património Mundial da Unesco.

Encontra-se assim formalmente constituída a Rede Mundial de Universidades de Magalhães (RUMA) para a investigação, a ciência e a cultura, que procura promover ações conjuntas de intercâmbio entre as universidades que a compõem, no âmbito da investigação, ciência e cultura.

A assinatura do protocolo surge no âmbito do I Encontro da Rede Mundial das Universidades de Magalhães que se realizou de 16 a 18 de janeiro em Sabrosa e Vila Real.

Assinatura do protocolo das RUMA na UTAD/ Foto: Salomé Ferreira

No encontro marcaram presença 14 Universidades provenientes de nove países e quatro continentes. Instituições de ensino superior que se espalham pelos países tocados pela primeira viagem de circum-navegação protagonizada pelo navegador Fernão Magalhães.

Ana Paula Silva, Pró-Reitora da UTAD, considera que “é muito importante estabelecermos esta Rede. Somos uma universidade de uma dimensão reduzida comparativamente a muitas universidades que estão aqui neste encontro e pertencem a esta Rede e, portanto, só temos a lucrar com este intercâmbio”, afirmou.

Neste primeiro Encontro foram debatidas as perspetivas das Universidades para a colaboração e cooperação do trabalho em rede, bem como a análise do envolvimento da RUMA no processo de candidatura à inscrição na lista de Património Mundial da Unesco da Rota de Magalhães, a Primeira Viagem de Circum-Navegação.

“A integração das universidades é um fator e um pilar extraordinariamente importante para o desenvolvimento desta rede à escala global e, sobretudo, é o garante de uma estratégia fundamental para que a rota da Primeira Viagem de Circum-navegação possa vir a ser classificada como património da humanidade”, afirmou José Marques, presidente do Município de Sabrosa e vice-presidente da Rede Mundial das Cidades de Magalhães (RMCM).

Em 2016, a Rota de Magalhães foi inscrita na lista indicativa da Comissão Nacional da Unesco, que constitui um pré-requisito indispensável para a candidatura de bens a Património Mundial.

“Mas daí até uma apresentação da candidatura a Património Mundial vai demorar algum tempo, até porque tem de haver uma associação de outros países que estão ligados ao espólio de Fernão Magalhães. Portanto, o primeiro passo foi concretizado junto das autoridades portuguesas, junto da Comissão Nacional da Unesco, agora há ainda um caminho à frente que os promotores estão a desenvolver”, explicou Jorge Lobo Mesquita, presidente substituto da Comissão Nacional da Unesco, também presente no Encontro.

Durante o evento pretendeu-se ainda obter contributos por parte das Universidades para o enriquecimento do programa das comemoraçãoes do V Centenário da Primeira Viagem de Circum-navegação, bem como formas de participação da RUMA no mesmo.

De acordo com José Marques, “já sairam algumas linhas de orientação” do Encontro no que diz respeito ao envolvimento dos vários países na estratégia de celebração dos 500 anos da Primeira Viagem.

“Está a ser trabalhada a criação de um documento, um livro, um património de contributo de todas estas universidades, associado precisamente a esta questão das celebrações. A ideia é que esse conjunto de documentos, toda essa investigação esteja desenvolvida até 2019”, revelou José Marques.

A RUMA surge no contexto da Rede Mundial das Cidades de Magalhães (RMCM), constituída em 2013, com o propósito de operacionalizar a realização de trabalhos que permitam ações conjuntas destinadas ao estudo, difusão e valorização de um facto universal extraordinário: A Primeira Volta ao Mundo, dirigida por Fernão Magalhães.