O Teatro Ribeiro Conceição, em Lamego, inicia o ano de 2018 com uma nova gestão de programação, agora da responsabilidade do pelouro da Cultura da autarquia lamecense. A decisão tem por objetivo a “contenção de recursos” e o “rigor financeiro”, levando assim ao fim da colaboração da equipa responsável pela programação que desde 2009 era coordenada por Rui Fernandes.
“O rigor orçamental obriga a uma contenção de recursos, mas a qualidade da programação está garantida”, assegura Ângelo Moura, presidente da Câmara de Lamego. Segundo o autarca, esta opção vai permitir uma poupança de cerca de 100 mil euros aos cofres da autarquia. “Uma poupança que parece pouco mas é significativa dada a nossa situação financeira”, acrescenta.
O autarca reforça que a estratégia cultural para este espaço está “bem definida”, aproveitando “o bom que se fez anteriormente, mas marcando uma opção que tem como objetivo a afirmação local e regional, mas também nacional e, por que não, internacional”.
“O Teatro Ribeiro Conceição é uma obra material e imaterial. Queremos continuar com um calendário, uma dinâmica e uma afirmação de qualidade e que vai de encontro ao público, envolvendo os agentes culturais da região e não só”, estabelece como prioridade o presidente da Câmara.
A comprová-lo, segundo Ângelo Moura, está já a programação para os próximos dois meses, apostada no teatro, trazendo ao palco deste espaço peças como o “Auto da Barca do Inferno” ou a “Farsa de Inês Pereira” pelo Teatro Filandorra. “Estes dois meses terminam com a grande gala, em fevereiro, da comemoração dos dez anos do Teatro Ribeiro Conceição e começaram já a 7 de janeiro com o concerto de Ano Novo pela Filarmónica de Magueija”, afirma o autarca.
Ainda em outubro do ano passado, o então programador, Rui Fernandes, já tinha comunicado que estava a chegar o fim de um ciclo que “foi relevante e de inquestionável importância para a vida de Lamego porque foi aquele que devolveu o Teatro Ribeiro Conceição à cidade, à região e ao país; foi aquele que atribuiu à cultura importância estratégica; foi aquele que permitiu uma continuada e envolvente ação cultural consubstanciada em números que são o orgulho de quem estabeleceu e acreditou neste caminho (…) Só nos oito anos da responsabilidade desta coordenação realizaram-se mais de 3300 iniciativas, a nossa programação e o envolvimento social que criámos chegou a mais de 400.000 espetadores/utilizadores”, anunciou na altura.