
Nos próximos dias 23 e 24 de setembro a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), vai receber a conferência “Desenvolvimento Sustentável do Território Douro e Trás-os-Montes”, com o objetivo de debater as principais necessidades do território. Painel conta com várias personalidades e entidades da região. O VivaDouro esteve à conversa com Alberto Júlio Silva Fernandes, um dos promotores da iniciativa. Leia a entrevista e fique a saber mais acerca do evento.
O que é que o público pode esperar da conferência “Desenvolvimento Sustentável do Território Douro e Trás-os-Montes” a realizar em setembro na UTAD?
O publico espera, com certeza, ouvir dos participantes nos diversos painéis, o que pensam e qual a sua envolvência no desenvolvimento do território, que a todos pertence e ao qual ninguém pode ficar alheio ou entender que o problema é sempre dos outros.
Quais vão ser os principais assuntos em discussão/reflexão?
Diria que há quatro eixos fundamentais, através dos quais se procura avaliar os fatores de desenvolvimento do território, os seus agentes, o contributo de cada um deles e a possibilidade /necessidade de trabalharem em conjunto.
Resumidamente enunciaria os temas dos quatro painéis:
1- ” A educação/formação no desenvolvimento sustentável do território.”
2- ” O estado, as comunidades intermunicipais, as autarquias e as cooperativas no desenvolvimento do território.”
3- ” Turismo, património e cultura.”
4- ” O cooperativismo agrícola, a nível mundial, europeu e em Portugal, pontos fortes e fracos das cooperativas agrícolas, as cooperativas agrícolas e o desenvolvimento do território.”
Ao longo dos dois dias de conferências, quais são as personalidades já confirmadas a integrar o painel?
Estão já confirmadas as presenças de entidades da Administração Central, como membros do Governo, da Administração Regional – CCDRN e representantes das Comunidades Intermunicipais, diversos autarcas, responsáveis por sectores do turismo, da cultura e do património e ainda as principais organizações do sector cooperativo, como a Cases, a Confagri e a Confecoop.
Como é que surgiu esta conferência? Resulta dos esforços de que instituições?
Este congresso é resultado e consequência das jornadas cooperativas que há dez anos, se realizam em S. João da pesqueira e Penela da Beira. Ao longo destes últimos dez anos foram discutidos temas tão diversos como:
” As cooperativas e a globalização, a economia social no séc. XXI, as cooperativas: vantagem competitiva, a política agrícola comum, as cooperativas o empreendedorismo e a inovação, municipalismo, cooperativismo e a economia social, as cooperativas e o mercado, ou ainda o aproveitamento de subprodutos, a eficiência energética e a redução de custos”. Depois deste percurso, impunha-se que, sem perder de vista o contributo que as cooperativas emprestam ao desenvolvimento do território, pudéssemos reunir outros agentes do desenvolvimento territorial, para em conjunto e em associação avaliar a criação de sinergias entre todos, no difícil caminho do desenvolvimento sustentável do território. Por outro lado definimos a intervenção de agentes que atuam num território alargado, isto é o espaço definido pelo território de três comunidades intermunicipais – Douro, Trás-os-Montes e Alto Tâmega. Estamos a falar de um território que abrange 33 concelhos, onde existem mais de 100 cooperativas. As instituições que iniciaram há dez anos este caminho e constituem o núcleo duro da organização, são a APM – Associação Portuguesa de Management, que lidera o processo, que tem como parceiros as cooperativas agrícolas de São João da pesqueira, Castanheiro do Sul e Penela da Beira e ainda a Associação dos Amigos de Pereiros. Seria injusto não referir que a organização sempre teve o apoio, entre outros, do município e da caixa agrícola de São João da Pesqueira, bem como do jornal vida económica. AUTAD está já há alguns anos, associada á APM na organização das jornadas cooperativas. Entendemos que o desenvolvimento de um território, para ser sustentável, não pode ser implementado apenas pela administração pública seja qual for o nível e o âmbito da sua atuação, mas terá que alargar as fronteiras do seu território e incluir todas as organizações públicas, privadas e cooperativas, com atividade económica na agricultura, industrial ou serviços ou de apoio social, todos devem ser chamados a uma participação ativa e mobilizadora para um desenvolvimento que sirva o interesse e fixação das populações e melhoria da sua qualidade de vida.
Quais são os principais objetivos deste encontro?
O principal objetivo é trazer ao debate e discussão temas tão diversos como a educação e a formação, o turismo, o património e a cultura e o cooperativismo e a sua participação no desenvolvimento sustentável do território, com a participação dos principais agentes desses sectores, e demonstrar que com esta interação e esforço conjunto será viável a valorização do interior do país. A presença, já confirmada e que muito nos honra, da Professora. Doutora Helena Freitas, coordenadora da estrutura de missão para a valorização do interior é, para a organização, a confirmação do interesse e oportunidade do tema do congresso.