A ferramenta de gestão orçamental tem sido usada várias vezes pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, e questionada pela oposição. Agora é o Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) que fala em falta de verbas para pagamento de salários a partir de 31 de janeiro.
A situação é de tal forma grave que o próprio TPNP já veio dizer que poderá ver-se obrigado a encerrar alguns postos de turismo como o do Aeroporto Sá Carneiro e o da baixa da cidade invicta. Ideia reiterada por Nuno Botelho, presidente da Associação de Comerciantes do Porto num artigo de opinião hoje publicado no Jornal de Notícias: “O caso é muito grave. O TPNP tem a sua atividade quase paralisada devido às cativações (…). Não há dinheiro para pagar despesas correntes de funcionamento e os postos de turismo do Aeroporto e S. Bento vão ter que fechar portas”, escreveu.
Na origem do problema parece estar a Direção-Geral do Orçamento (DGO) que terá cativado 100% das verbas a transferir para o organismo, situação que o Ministério das Finanças disse já ter corrigido, sem que no entanto tenho chegado qualquer informação ou dinheiro ao TPNP.
Segundo o que foi possível apurar, Melchior Moreira, presidente da entidade, terá já alertado o ministro da Economia e a secretária de Estado do Turismo para a situação que se vive, chegando mesmo a assumir não ter sequer dinheiro para o pagamento de salários depois do dia 31 de janeiro.
A situação não é nova, segundo Desidério Silva, presidente da Associação Nacional de Turismo, “os cortes existem desde 2015”, no entanto, agravaram-se em 2017 obrigando mesmo ao cancelamento de programas de promoção que estariam já previstos.
Com um orçamento de 14 milhões de euros, aprovado em outubro de 2017, o Turismo do Porto e Norte de Portugal iria canalizar uma verba considerável para a promoção da região fora dos limites da península ibérica, indo ao encontro das tendências que se têm verificado no território.