

O objetivo passa por responder aos novos desafios da economia criativa, “com a intenção de ser um polo de referência em Portugal”. Centenas de pessoas e instituições já mostraram interesse em avançar com o projeto.
“Acreditamos que apostar numa indústria criativa mais forte, é apostar numa região mais competitiva e numa comunidade mais interventiva e feliz”, foi este o mote que alavancou o nascimento de um Polo de Indústrias Criativas em Vila Real, à semelhança de outros existentes noutros pontos do país.
O primeiro passo foi a elaboração de uma carta de intenções, seguida de uma sessão pública, realizada no dia 12 de dezembro no Museu da Vila Velha, em Vila Real, onde estiveram presentes cerca de uma centena de pessoas e instituições, interessadas em colaborar com o projeto.
Na opinião de Joana Lopes, da empresa Lateral e uma das impulsionadoras do projeto, a reunião pública foi um importante ponto de viragem, uma vez que perceberam que, “apesar de termos sido nós a locomotiva, havia pessoas a pensar exatamente como nós, isso foi importante”, afirmou ao VivaDouro.
“Além disso acabou por surgir uma espécie de compromisso de que a ideia vai andar para a frente, o motor já está a andar por isso já não dá para andar para trás”, acrescentou Sofia Silva, outra das mentoras do projeto.
Desta forma, o Polo de Indústrias Criativas de Vila Real pretende ser um espaço de “excelência humano, mas também físico, onde funcionará uma incubadora de ideias criativas (com empresas, associações) e outros equipamentos complementares (uma sala de exposições e ateliers, oficinas para a produção artística, áreas expositivas e residências artísticas), tudo em consonância com os equipamentos culturais já existentes na região”, explica a carta de intenções do projeto.
Sofia Silva acredita que “mais do que um espaço físico”, o polo pode vir a ser “um ponto de convergência entre toda a gente que está a trabalhar na mesma área”, uma vez que o objetivo passa por existir uma partilha de conhecimentos e experiências entre os vários profissionais ligados às indústrias criativas e que estão espalhados pelo território.
O Polo de Industrias Criativas de Vila Real pretende assim distinguir-se e criar “uma rede de intercâmbio entre Vila Real e os outros polos criativos existentes no país”. “De certa forma é tentar que as pessoas interajam mais e façam projetos juntas”, complementou Joana Lopes.
Para os mentores do projeto, o polo poderá também funcionar como uma forma de “fixar pessoas, criar emprego e riqueza” não só no concelho mas na região.
Depois da reunião pública, o grupo chegou à conclusão que o importante era saber em “que projetos é que cada pessoa está a trabalhar, por isso estamos mais centrados em fazer uma amostra de trabalhos coletivos ou individuais”, explicou Joana Lopes.
“Esta amostra é um pontapé de saída para depois vermos realmente que necessidades e projetos existem”, acrescentou a diretora artística da Lateral. Para esta fase do projeto o grupo encontra-se a concorrer a um financiamento, com o apoio da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), nomeadamente do professor João Calejo.
No que diz respeito ao espaço físico para a implementação do Polo, Joana Lopes revelou que já foram realizados contactos com a Câmara Municipal de Vila Real e a UTAD. No entanto, a empresária revela que pretendem estabelecer o Polo no Centro Histórico de Vila Real, como forma de dinamizar esta parte da cidade.
Os impulsionadores da iniciativa acreditam que o nascimento deste Polo “pode contribuir para o desenvolvimento de um verdadeiro ecossistema criativo, em permanente articulação com as mais diversas áreas de negócio, incluindo as âncoras de Trás-os-Montes e Alto Douro: o vinho, a agricultura e a natureza”.