Projeto Capella ambiciona levar à Capela de Arroios, situada nos arredores de Vila Real, atividades culturais todos os terceiros sábados de cada mês. Um projeto de desenvolvimento local com base na cultura, organizado pela empresa Greengrape|Alltodouro e a Junta de freguesia de Arroios, com a colaboração do grupo Cronópios e Famas e ainda com o apoio do Teatro Municipal de Vila Real.
A Capela de Arroios, imóvel do século XVIII, do estilo Barroco e classificado como Monumento de Interesse Público em 30 de Novembro de 1993, vai ser o palco de diversos momentos culturais, a realizar no terceiro sábado de cada mês, durante os meses de abril, maio e junho.
Celeste Pereira, promotora da Greengrape|Alltodouro, acredita que este projeto vai “contribuir também para a dinâmica social e económica da própria aldeia”, revelou na apresentação do evento.
“Esta é uma Capela do Século XVIII que marca profundamente esta praça, na minha opinião uma das praças mais bonitas do Douro, e de facto ainda é uma pérola urbanística por descobrir e achamos que isso para nós é um potencial muito grande”, acrescentou a empresária, também habitante da aldeia.
A par dos momentos culturais, está prevista a realização de pequenos mercados com produtos locais, com provas de degustação e venda, nomeadamente de produtos hortícolas e frutícolas, harmonizando sabores locais com os vinhos do Douro, DOC e Porto.
O projeto vai ainda contar com várias atividades complementares, nomeadamente workshops, piqueniques familiares ou a Festa da Família.
“Sempre foi esta a nossa ambição, primeiro recuperá-la, porque quando chegou às mãos da freguesia de facto não estava nas melhores condições, depois da recuperação era valorizar este espaço, quer o edifício e aproveitá-lo a nível cultural, mas também o exterior, este magnífico largo que temos”, comenta Ana Maria Silveira, presidente da Junta de Freguesia de Arroios.
Para a autarca, a dinamização da Capela de Arroios, que é privada, não tem culto e foi doada pelos antigos proprietários à Junta de Freguesia, “passa pela colaboração e participação da população local e das entidades parceiras, como é o caso da LACA (Liga dos Amigos da Capela de Arroios)”, associação que visa precisamente a valorização e o aproveitamento cultural do monumento.
Para a Greengrape, o Projeto Capella espelha, antes de tudo, a vontade de todos os envolvidos em contribuírem para um projeto de desenvolvimento local baseado na cultura.
“Em conjunto achamos que tinha todo o interesse promovermos também este projeto porque no fundo estamos aqui a trabalhar um projeto de desenvolvimento local e a nossa pegada enquanto cidadãos”, afirmou Celeste Pereira.
Eugénia Almeida, vereadora da Câmara Municipal de Vila Real, revela que é um, “objetivo do município fazer novas parcerias com novos talentos, com novas pessoas de forma a descentralizarmos a nossa atividade cultural e podermos também captar novos públicos”, afirmou.
Neste momento o apoio do município no projeto passa, “pela produção, divulgação e por mostrar à sociedade que há várias maneiras de dinamizarmos a atividade cultural”, explica Eugénia Almeida.
“No futuro estamos obviamente a estudar possibilidades que tragam financeiramente e alavanquem novos projetos, mas de momento o nosso apoio é pôr à disposição todos os nossos equipamentos culturais para essa dinamização”, acrescentou.
Rui Araújo, diretor do Teatro Municipal de Vila Real, acredita que este projeto é uma forma de “descentralizar geograficamente dentro do próprio concelho mas também são formas de descentralizar a produção cultural”, revelou na apresentação do projeto Capella.
“Estamos bastante contentes com o projeto e dentro daquilo que for possível quer em recursos técnicos, quer em recursos humanos e eventualmente financeiros, vamos tentar apoiar este tipo de iniciativas”, afirmou.
Cultura para todos no Ciclo Capella
A Capella de Arroios recebe em todos os terceiros sábados de cada mês, às 18 horas diversos momentos culturais, entre as ações previstas está a realização de espetáculos de teatro, música e dança.
A primeira atividade cultural teve lugar no passado dia 16 de abril com a apresentação da peça de teatro “Oh Willie! que dia tão feliz”, de Samuel Beckett, numa interpretação do grupo “Cronópios e Famas”. Esta peça contou com encenação de Nuno Monteiro e interpretação de Rute Pereira, Rafaela Dias e Duarte Andrade.
Segue-se, dia 21 de maio, também pelas 18 horas, o concerto “Não se avista o mar daqui”, de Rafael Fernandes, que (re)aparece com um espetáculo diferente, com predomínio de músicas menos conhecidas, aquelas que nunca viram público. Experiência inédita e não apenas porque cruza o indie-folk com o público eclético.
Em junho, dia 18, sempre às 18 horas, sobe ao espaço da capela o espetáculo de música, poesia e dança “Só tenho uma vida e nela quero ter tempo para me construir e para me destruir”. A obra surge duma poética de Pablo Fidalgo Lareo.
Para setembro, está programada uma residência artística com um elemento do grupo Circolando que terminará com a realização de um espetáculo com a população local na Festa da Família (17 de setembro).