Douro Sul – uma ilha fantástica!

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Por Domingos Nascimento

Decididamente, queremos ser uma ilha, olhar mais para nós mesmos e valorizar as particularidades tão evidentes deste território, que me parece não ser necessário descrever. Uma ilha paradisíaca e promotora de bem-estar.

As ilhas, poderemos dizer, de forma simplória, são partes emersas de cadeias montanhosas. O Douro Sul, metaforicamente, emerge, de forma estruturada, fruto de fatores que serão certamente a diferenciação para a mudança que está já em curso e que permitirá a sua sustentabilidade territorial e afirmação no contexto nacional e internacional.

A condição insular, promove o engenho e arte necessárias para se sobreviver, por exemplo, a união de esforços. Mas, numa visão ainda mais pragmática, também nos ensina a buscar no exterior o que precisamos para fazer mudança.

E, o que precisamos, é que os Governos Centrais, “lá do continente”, percebam a importância estratégica desta ilha e concretizem políticas visíveis de promoção de desenvolvimento sustentado para este território que, acentuadamente, se desertifica.

Lembram-se da catástrofe lenta, silenciosa mas profundamente devastadora que vem ocorrendo, há duas décadas pelo menos, a que todos chamamos de não “há ninguém”?

Pois essa catástrofe já dizimou em alguns concelhos desta ilha, uma imensidão de gente. Mesmo com o esforço e grande dedicação do poder local.

Em resposta a esta diminuição populacional os governos do continente decidiram: fechar serviços, diminuir os investimentos e, cada vez que pensam em nós para definir o que ainda cá irão “gastar”, fazem as contas ao custo per-capita. Isto é, somos poucos, temos direito a cada vez menos.

Há infraestruturas que começam a ser abandonadas e que continuam a ser fundamentais para todos nós. Teria muitos exemplos a dar quanto ao desinvestimento que é cada vez mais notório. Não fora o Poder Local e teríamos situações de inoperacionalidade de serviços básicos, de equipamentos e vias.

Então sejamos ilha. Saibamos ser ilha, façamos jus à condição insular e rumemos ao “continente” fazendo ouvir a necessidade de políticas de desenvolvimento com equidade e não, como até agora, de um igualitarismo bacoco e insensível. Não podemos permitir que sejamos tratados de forma igualitária quando na realidade o nosso contexto geográfico é diferente e indutor de constrangimentos mortíferos no que à demografia diz respeito.

Estes, ainda cerca de 100.000, seres humanos, esperam de nós um grito de alma, um gesto firme e preciso, para que, o mais rápido quanto possível, possamos inverter ou pelo menos suster, a mortandade territorial que está a acontecer!

O Douro Sul é uma ilha,

Humanizada com excelência, de horizontes largos e profundos, com casarios e pessoas lindas!