Atualmente viaja-se mais e de forma muito diferente. Viaja-se mais vezes durante o ano, mas em períodos de estadia mais curtos. Hoje, o turista é mais exigente e informado sobre os destinos e os produtos da oferta turística.
Estima-se que em 2020 haverá 1,4 mil milhões de turistas internacionais, ou seja, um em cada dois habitantes do planeta fará, pelo menos, uma viagem internacional. Os mercados turísticos e do lazer tornaram-se mais competitivos, forçando os fornecedores a inovar e a desenvolver novos conceitos e ofertas.
Na atual economia da experiência, o turismo tem assumido um papel central, estando a emergir novas atividades e serviços que combinam elementos culturais, criativos, educativos e entretenimento, envolvem os consumidores, transformando-os em cocriadores e coprodutores das próprias experiências que se vão tornando mais complexas.
Como resultado destas mudanças, novas formas de turismo e novos nichos de oferta têm vindo a ganhar relevância, casos do ecoturismo, turismo educativo, turismo desportivo, turismo gastronómico e enoturismo.
No caso do enoturismo, os dados do plano estratégico das rotas de vinho (IDTUR, 2016) referem que em Portugal se registaram 2,2 milhões visitantes em 2015, sendo 70% dos visitantes provenientes de fora de Portugal, principalmente do Brasil, Estados Unidos e países da União Europeia. As principais atividades procuradas residiram nas provas de vinhos (80%), as visitas guiadas (63%) e refeições (11%)
Na realidade e não obstante o crescimento do turismo em Portugal se notar nos grandes centros urbanosdo Porto e Lisboa, pode ser uma oportunidade para lugares mais recônditos, com conhecidas vantagens para a economia local e nacional, caso das regiões do interior e do Douro, em particular.
Em territórios desafiantes, mas de grande riqueza paisagística, cultural e patrimonial, casos do Alto Douro Vinhateiro e dos sítios transfronteiriços Pré-Históricos de Arte Rupestre do Vale do Coa e SiegaVerda,a chancela UNESCO abre uma janela de oportunidades que devemos valorizar em contextose dinâmicas internacionais.
Sabendo-se que a inscrição na Lista do Património Mundial funciona com um sinal de informação e atração turística e de reconhecimento público do Bem, deve ser adotada para estes territórios uma estratégia articulada com o anunciado apoio do Turismo de Portugal ao desenvolvimento de programas de incubação, à participação de novas empresas associadas em dinâmicas internacionaise ainda ao contributo das escolas de Hotelaria e Turismo na criação de iniciativas inovadoras.
No atual contexto daeconomia da experiência,o grande desafio está na construção deatividades e serviços inovadores neste sector, que cruzem elementos culturais, educativos e de lazer, e que podem assumir maior relevância em novos formatos de turismo e novos nichos de mercado.