Novos Compromissos para o Futuro do Douro

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Por António Fontainhas Fernandes, Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)
Por António Fontainhas Fernandes, Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)

No próximo dia 24 de março a UTAD celebra o seu aniversário, associando a esta cerimónia a outorga do título de doutor Honoris Causa ao Dr Miguel Cadilhe que, enquanto presidente da Fundação Rei Afonso Henriques, dinamizou a candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial.  Deste modo, a Universidade reforça a ligação que sempre manteve com o Douro e homenageia todos na candidatura e aqueles que continuam a honrar o esforço e saber acumulados dos homens e mulheres do Douro.

Ao longo de décadas, a UTAD tem assumido um importante papel no apoio a esta região. Na década de oitenta, iniciou-se um processo de renovação do Douro impulsionado pelo PDRITM, no qual a Universidade teve um papel determinante no processo de reconversão dos seus vinhedos e em estudos da fileira vitivinícola. Na década de noventa teve início a internacionalização dos vinhos do Douro e avança-se para a preparação da candidatura a Património Mundial, em que a UTAD assumiu um papel determinante.

Mas, a influência da Universidade viria a acentuar-se pela nova geração empreendedora de enólogos, com competências e formação de dimensão internacional, que apostou na qualidade, diferenciação dos vinhos e em práticas sustentáveis. Nos últimos tempos, a Universidade tem vindo a focalizar-se em novas dinâmicas de conhecimento e de inovação em diferentes áreas científicas.

Mas, o Futuro convoca novas dinâmicas para o Douro, em que a Universidade terá sempre um papel preponderante, designadamente: aumento do valor acrescentado do valor do vinho e da paisagem, bem como a criação de produtos diferenciados de elevado valor; aposta numa nova carteira de atividades económicas, considerando mercados cada vez mais globalizados e competitivos, reforçando a aposta na inovação, e desenvolvimento de novos conceitos e marcas; promoção do turismo e gastronomia ligados a uma narrativa cultural, assente nas estruturas locais existentes e potenciando a chancela UNESCO; valorização de domínios do desenvolvimento sustentável aos quais a cultura adiciona um valor acrescido, mediante expressões culturais e práticas artísticas, a preservação do património material e imaterial, e a promoção da diversidade cultural.

Em síntese, o Douro enquanto laboratório de desenvolvimento sustentável, exige dinâmicas inteligentes e produtivas, sendo determinante colocar a criatividade e o bem-estar no centro da planificação e da renovação rural, respeitando sempre os princípios de proteção do património.