
O Futuro das regiões convoca-nos para novas realidades e desafios. Entre eles, o de assegurar a ligação entre a conetividade física e a virtual, associada à visibilidade e notoriedade em contextos internacionais e tão determinante para o turismo, bem como a aposta na atratividade de talentos e de incorporação de inovação nos seus recursos endógenos.
Se algo a visita recente do Primeiro-ministro a Vila Real e à UTAD permitiu mais uma vez comprovar, foi que o Douro pode ser e é já em vários aspetos um exemplo de inovação e de boas práticas a nível nacional e, até, internacional. Esta visita foi também uma ocasião privilegiada para revelar à região e ao seu tecido empresarial as possibilidades abertas pela Plataforma de Inovação da Vinha e do Vinho, um projeto de I&D estruturante que vai dinamizar um dos principais sectores económicos da região e do país: o vinho e a vinha.
A competitividade e sustentabilidade do sector exigem a capacitação e revitalização das instituições de I&D como a que incorpora a UTAD, e a integração destas plataformas em torno de redes, envolvendo modelos coletivos de I&D e soluções orientadas para o mercado.
O primeiro-ministro salientou a importância da aposta no pilar da inovação e da valorização territorial, tendo anunciado um programa para incentivar a cooperação entre o tecido empresarial e as instituições científicas. Esta estratégia prevê a criação de redes colaborativas entre as instituições de ensino superior, empresas, centros de interface para aumentar a competitividade do tecido produtivo e empresas.
Reforçou ainda a necessidade de descentralização de competências e o reforço da democratização nas regiões. Obrigatoriamente, esta estratégia deve estar ligada à reformulação da lógica atual de distribuição dos fundos e de organização e governação do território. É crucial uma reflexão sobre a aplicação de instrumentos específicos para os territórios com menores oportunidades de desenvolvimento como, por exemplo, as estratégias de eficiência coletiva dos programas regionais de valorização económica dos recursos endógenos (PROVERE), dos quais ainda nada se sabe sobre a decisão das candidaturas apresentadas e do seu futuro. O PROVERE será uma âncora para competitividade dos territórios, caso aposte no aumento de valor acrescentado dos recursos endógenos.
Por isso reforço a ideia de que todos temos de resistir à tentação de acumular a inércia, de adiar a resolução dos nossos problemas, com base na mera convicção de que amanhã acordaremos com tudo resolvido. O Futuro possibilita que a região e a Universidade se desenvolvam e se renovem. Assim continue a existir vontade e decisão.