A propósito da nova edição “Douro – Rio, Gente e Vinho” de António Barreto
António Barreto é um filho do Douro!
António Barreto fez da sua vida uma peregrinação pelo conhecimento, das terras e das gentes. Andou pelo mundo e procurou aplicar receitas ao seu país.
Por isso, conhece intimamente Portugal e o mundo. Vive para isso, como bem o demonstra o seu recente trabalho na Fundação Francisco Manuel dos Santos e na Pordata.
O Instituto dos Vinhos do Porto e do Douro, I.P., tradicionalmente, só olhava para o vinho. Hoje, o seu olhar é um olhar abrangente que engloba tudo o que está à sua volta – como a paisagem, a cultura, as tradições, o património, os vinhedos e, sobretudo, as pessoas, as instituições e os agentes económicos que operam nos territórios do Porto e do Douro. É um olhar comprometido e aberto à cooperação.
É preciso conhecer bem a realidade, avaliar e encontrar as formas mais adequadas de dar resposta às necessidades em causa. O Douro está habituado a que falem dele na terceira pessoa. Não exercita a auto-análise – que é cada vez mais necessária. É isso que António Barreto faz também na nova edição deste seu livro.
Volto ao princípio: da análise rigorosa e das receitas temos de passar à acção, a qual só é eficaz se formos capazes de nela implicar todos os interessados, todos os actores da região. Só dessa forma conseguiremos aumentar a presença dos Vinhos do Porto e do Douro nos diferentes mercados (o que passa por cada um de nós) e melhorar as condições de vida dos nossos concidadãos que persistem em oferecer-nos a maravilhosa paisagem do Douro Vinhateiro-Património da Humanidade.
É esta visão coerente, integrada e cúmplice que nos permite olhar para a história rica que nos foi legada como instrumento que potenciará o futuro colectivo.
Manuel Cabral – Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto