

Nos últimos tempos a palavra afeto tem sido frequentemente utilizada, seja na forma muito particular como o Presidente da República se relaciona com todos e cada um de nós, ou no ambiente positivo que se foi criando em torno da equipa da seleção nacional de futebol que este mês participa na fase final do Europeu em França.
O local que este ano acolhe este grande evento não é de todo irrelevante. Fora de Portugal, França é o local do mundo onde vive o maior número de portugueses e seus descendentes diretos. Fruto de uma emigração em massa verificada nos anos sessenta, sobretudo por razões económicas, esta comunidade que nos primeiros tempos passou por graves dificuldades conseguiu superá-las com uma capacidade de trabalho, abnegação e resiliência, daí resultando um reconhecimento global muito positivo por parte do país de acolhimento. Os Portugueses e os seus descendentes são hoje uma das mais respeitadas comunidades estrangeiras em França e todos temos muito orgulho nisso.
Mas quem como eu também passou alguns anos em França a estudar e tem tido muitas oportunidades de visitar este país, incluindo em missões oficiais, sabe bem da profunda e tocante relação destas pessoas a Portugal. Em 2005, aquando da visita oficial do Presidente Jorge Sampaio, que tive o privilégio de acompanhar, vi lágrimas emocionadas em muitos de nós, incluindo o Presidente, no momento da despedida em Lyon, sublimadas por um memorável concerto de Rodrigo Leão. Por isso, fez muito bem o atual Presidente em comemorar, pela primeira vez, o dia de Portugal em Paris.