
Por Emídio Gomes, Prof. Catedrático da UP e Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte
Na passada sexta-feira decorreu na sala do conselho da reitoria da Universidade do Porto um encontro de quadros das três universidades públicas da região do Norte de Portugal. Reitores, vice-reitores, pró-reitores, administradores e diretores dos serviços de ação social debateram durante várias horas a melhor estratégia no âmbito do consórcio estabelecido entre as três instituições, designado por UNorte. Esta forma de associação está prevista na lei, mas não deixa de ser assinalável que tenha sido nesta região que o passo foi dado em primeiro lugar. Até porque chegar aqui requer tempo, maturidade negocial, vontade e convicção nos objetivos a atingir.
O tempo e a paciência foram ingredientes essenciais para atingir um nível de maturidade e confiança no processo negocial. Mas é a forte convicção dos líderes do consórcio nas suas vantagens o indicador mais relevante para o futuro. Num tempo em que, mais do que apresentarmos queixas sistemáticas sobre o que nos aconteceu, temos sobretudo de trabalhar para fazer acontecer, apoiando um tecido produtivo que mostra ser capaz de se adaptar aos desafios da competitividade e internacionalização, através da qualificação progressiva dos recursos humanos, elemento chave no sucesso da transferência de conhecimento entre sistema científico e tecido económico.
E foi isto que perceberam os quatro reitores, com a Universidade do Porto a iniciar as negociações com o Prof. Maques dos Santos e a concluír as mesmas com o Prof. Sebastião Feyo de Azevedo. Que sabem bem que não é saudável para a nossa academia ter um deserto à volta do nosso inegável sucesso. Que a UP será tanto mais forte, quanto mais sólidas forem as Universidades do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro. Que o futuro da UP não passa ao lado da região, bem pelo contrário. Que em conjunto seremos mais fortes a construi-lo.
Nestas circunstâncias, o trabalho do responsável da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional fica mais fácil. Só tem que ser diligente a apoiar o óbvio. Mas também como profissional da UP há mais de trinta anos, ex-presidente do Conselho Geral da UTAD e membro do Conselho Estratégico da UM, me sinto feliz com este bom exemplo.